Estabelecimentos comerciais poderão ser proibidos de oferecer sacolas plásticas

Iara Farias Borges

© JonMilnes/Shutterstock.com

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Estabelecimentos comerciais não poderão mais utilizar sacolas plásticas para acondicionar e entregar mercadorias. A proibição está prevista em projeto de lei apresentado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e aguarda a designação do relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

De acordo com projeto de lei do Senado (PLS 439/2012), os estabelecimentos terão prazo de cinco anos após a promulgação de lei para substituir as sacolas plásticas por outras confeccionadas em material reciclável e resistente ao uso continuado. A proposta partiu de sugestão de Wagner Ramon Ferreira, senador do Programa Senado Jovem Brasileiro (Sug 8/2011).

O empresário que oferecer sacolas plásticas a seus clientes, segundo o projeto, ficará sujeito a sanções penais e administrativas em decorrência de atividade lesiva ao meio ambiente, previstas na lei 9.605/98.

Ao justificar a proposta, o jovem senador disse que o desequilíbrio ambiental acontece, em grande parte, em consequência da ação humana, especialmente no que se refere à crescente produção de lixo. Ele ressaltou, como exemplo, que as recorrentes enchentes em zonas urbanas resultam da obstrução da rede de captação de águas pluviais pelo lixo. A troca das sacolas plásticas pelas reutilizáveis, opinou Wagner Ferreira, vai contribuir com a redução da poluição ambiental e,consequentemente, promover melhoria na qualidade de vida das pessoas.

O plástico exige muito tempo para ser decomposto pela natureza, observou o senador João Durval (PDT-BA), em seu parecer favorável a sugestão na CDH. Assim, em sua avaliação, deve-se reduzir a utilização desse material para que haja maior possibilidade de reparar os danos já causados ao meio ambiente e evitar a ocorrência de outros.

A medida, destacou João Durval, conforme discutido pelos senadores jovens, ainda vai estimular o desenvolvimento de novas pesquisas de materiais de uso sustentável, bem como o surgimento de novos setores de produção.

“Concordamos com os jovens senadores: matéria dessa natureza é merecedora de atenção do Senado Federal”, disse João Durval em seu parecer, ao observar que a proposta poderá ser aperfeiçoada pelas comissões em que tramitar.

Após aprovação pela CCJ, a proposta será examinada pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e pela Câmara dos Deputados, antes de ir à sanção presidencial.

30/01/2013 – 12h20 Projetos – Meio ambiente – Atualizado em 30/01/2013 – 19h37
Agência Senado

Riqueza no lixo

Resíduos sólidos não aproveitados dão prejuízo de R$ 10 bilhões anuais ao país

LUCIENE DE ASSIS

Costa do Dendê, Bahia. Foto: Global Garbage

Costa do Dendê, Bahia. Foto: Global Garbage

O Brasil joga no lixo, a cada ano, cerca de R$ 10 bilhões por falta de reciclagem e destinação adequada de resíduos sólidos, e de uma política de logística reversa que gerencie o retorno de embalagens e outros materiais descartados de volta à indústria. É esta realidade que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) pretende transformar com a implantação, em todo o país, da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), tema de oficina realizada no início da tarde desta quinta-feira, 30/1, último dia do II Encontro Nacional de Prefeitos e Prefeitas, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

Dentro da PNRS, a meta do governo federal é eliminar os lixões de todos os municípios brasileiros até o final de 2014, explicou o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU) do MMA, Pedro Wilson Guimarães. Os governos estaduais e municipais deverão providenciar a substituição dos lixões por aterros sanitários, pois, a partir de 2014, a liberação de recursos da União estará condicionada à existência de planos estaduais e municipais de gestão de resíduos sólidos e de saneamento básico. De acordo com anúncio feito pela presidenta Dilma Rousseff, na segunda-feira, durante a abertura do encontro, os prefeitos terão, em 2013, R$ 35.5 bilhões para investir em obras de saneamento, pavimentação e mobilidade urbana selecionadas no final de 2012.

DESPERDÍCIO

“Os lixões são um problema sério que precisa ser enfrentado por todos os gestores”, disse o analista de Infraestrutura da SRHU, Eduardo Rocha Dias Santos. Ele afirmou que os prejuízos são enormes para o meio ambiente, com queda na qualidade de vida, no bem estar e na saúde pública, além de gerar desperdícios econômicos e impactos sociais significativos. A proposta é não gerar resíduos sólidos, mas reduzir, reutilizar e reciclar, tratando e dando destinação adequada.

Santos salientou que apenas a Lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, não é suficiente para implantar o que se deseja. “Mas já é um começo”, admitiu. A lei define o compartilhamento de responsabilidades entre as três esferas de governo, o planejamento de ações de gestão e a implantação de infraestrutura adequada, priorizando-se a educação ambiental e a cobrança pela prestação desse serviço público com o objetivo de dar sustentação financeira à PNRS.

Quarta, 30 Janeiro 2013 18:09 Última modificação em Quinta, 31 Janeiro 2013 15:30
Ministério do Meio Ambiente

Elevada ingestão de resíduos sólidos por tartarugas-verdes juvenis compromete a saúde desses animais na Região dos Lagos/RJ

Tartaruga-verde juvenil encalhada na Região dos Lagos/RJ.

Tartaruga-verde juvenil encalhada na Região dos Lagos/RJ.

Esse é parte dos resultados alcançados a partir do desenvolvimento da dissertação de mestrado de Danielle Rodrigues Awabdi, aluna vinculada ao Laboratório de Ciências Ambientais e ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais da UENF, orientado pela Profª. Ana Paula Madeira Di Beneditto.

O estudo revelou que sacos e sacolas plásticas (plásticos flexíveis) apresentaram elevada frequência nos estômagos das tartarugas-verdes (espécie Chelonia mydas). Esses resíduos se originaram a partir do descarte de sacos de lixo, sacos de ráfia, sacolas de estabelecimento comerciais e embalagens diversas. Resíduos relacionados à confecção de artefatos de pesca também foram registrados com frequência, tais como fios de náilon, borracha, cordas, isopor e anzóis.

Resíduos sólidos recuperados no conteúdo estomacal de um espécime de tartaruga-verde na Região dos Lagos/RJ: A: plásticos flexíveis coloridos e brancos; B: plásticos flexíveis transparentes; C: fios de náilon e D: plásticos rígidos.

Resíduos sólidos recuperados no conteúdo estomacal de um espécime de tartaruga-verde na Região dos Lagos/RJ: A: plásticos flexíveis coloridos e brancos; B: plásticos flexíveis transparentes; C: fios de náilon e D: plásticos rígidos.

A ingestão dos resíduos sólidos deve ocorrer de modo acidental, durante a atividade alimentar das tartarugas. Os juvenis dessa espécie são preferencialmente herbívoros, e parte dos resíduos pode se prender as algas que fazem parte da sua dieta. Uma vez no trato digestivo dos animais, os resíduos podem formar massas de material fecal endurecido (fecalomas), podem provocar falsa sensação de saciedade e reduzir a frequência alimentar e podem afetar a flutuabilidade dos animais devido aos gases gerados pelo seu acúmulo.

Há necessidade de ações efetivas em relação à redução da produção e do uso de materiais sólidos descartáveis que são lançados diretamente em áreas costeiras ou que alcançam essas áreas a partir da poluição de rios. A sociedade deve ser orientada quanto à melhor forma de descarte dos resíduos sólidos, com incentivos à coleta seletiva e reciclagem.

30 de janeiro de 2013
Notícias do Laboratório de Ciências Ambientais (CBB – UENF)


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Sacolas plásticas em pauta

Técnicos reúnem-se para discutir consumo sustentável

TINNA OLIVEIRA

© Rich Carey/Shutterstock.com

© Rich Carey/Shutterstock.com

O Grupo de Trabalho Sacolas Plásticas fará sua primeira reunião nesta quarta-feira (30/01), em Brasília. Seus integrantes terão seis meses, a partir desta data, para discutir ações que envolvam o consumo sustentável das sacolas plásticas, utilizadas para o transporte de compras de supermercados e em diversos outros setores do comércio. Durante a reunião, serão apresentados os membros do GT, discutido e aprovado o regimento interno e o calendário de atividades.

Segundo a gerente de Projetos da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fernanda Daltro, a medida pretende reduzir o impacto ao meio ambiente e criar novos hábitos na sociedade. “Uma alternativa é usar sacolas e carrinhos retornáveis, assim como separar o lixo doméstico, que reduz drasticamente a necessidade de sacos plásticos para o lixo”, sugere.

DIÁLOGO

O GT Sacolas Plásticas foi instituído pela portaria do MMA nº 404, de 13 de dezembro de 2012, com o objetivo de estudar o consumo sustentável de sacolas plásticas e propor instruções normativas sobre o tema. Sua atuação envolve a promoção do diálogo entre as partes envolvidas, convidando as instituições ou pessoas com atuação relevante no assunto, além de discutir e aprovar propostas de ato normativo sobre a matéria.

O grupo tem como atribuições identificar as tecnologias disponíveis no Brasil e avaliar os seus reais impactos no meio ambiente, natural e urbano; analisar a possibilidade de criação de certificações para os diferentes tipos de sacolas plásticas descartáveis e reutilizáveis, com o intuito de orientar o consumidor; selecionar tópicos e conteúdos a serem abordados em campanhas de conscientização; discutir os padrões de consumo sustentável de sacolas plásticas descartáveis e o papel das sacolas reutilizáveis e identificar e avaliar instrumentos normativos e propostas em tramitação, no Brasil e no mundo, com a finalidade de obter subsídios para definir normas sobre o tema.

Terça, 29 Janeiro 2013 17:18 Última modificação em Quarta, 30 Janeiro 2013 18:12
Ministério do Meio Ambiente

Tweet do dia – Gonzaga Costa

Tweet do dia – Cinthia Frizza

Projeto Praia Limpa completa dez anos e contribui para o turismo de qualidade

Rafaela Dalago

Em apenas duas semanas de trabalho o Projeto Praia Limpa, da Secretaria do Meio Ambiente (Semam), já distribuiu 51.402 sacolas oxibiodegradáveis, 1.287 pequenos cinzeiros e 16.491 pulseiras de identificação para as crianças na orla da Praia Central de Balneário Camboriú. A distribuição é feita por 40 monitores que integram a décima edição do projeto.

Na entrega das sacolas e cinzeiros os profissionais orientam quanto ao descarte de resíduos, sobretudo na areia da praia. Todos passaram por curso de capacitação para a atuação na temporada de verão e receberam palestras sobre as consequências do lixo na vida marítima, turismo e qualidade de atendimento. Temas que buscam facilitar o repasse das orientações aos banhistas.

As pulseiras de identificação auxiliam caso alguma criança se perca na orla. Para esta ação a praia foi dividida em cinco cores e a criança recebe a pulseira correspondente a localização da família, além do nome e contato dos pais e responsáveis. Caso alguma criança se perca os responsáveis devem se dirigir até a barraca do projeto mais próxima e de mesma cor da pulseira.

Nena Amorim, secretária do Meio Ambiente, afirmou que “este ano a distribuição do material tem sido surpreendente. A capacitação que os monitores receberam está contribuindo em grande parte para o sucesso do projeto”. A secretária ainda destacou o trabalho feito na orla nos últimos anos para oferecer aos moradores e turistas uma praia com completa balneabilidade.

Os monitores atuam em duplas e se revezam diariamente no período matutino, das 8h30 às 13h30, e no vespertino, entre as 13h e 18h. O Praia Limpa funciona em parceria com o “Terra Limpa”, projeto que leva às escolas do município a conscientização ambiental, também coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente.

25.01.2013 às 14:49h
Prefeitura de Balneário Camboriú


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Pintou sujeira

A FOTO DE HOJE

Veja como é difícil manter a praia limpa com tanto porcalhão jogando lixo na água. A imagem, do leitor Príamo de Melo, professor de engenharia química na Coppe/UFRJ, é da Praia Vermelha, na Urca, no Rio. É uma pena. Esta praia, veja só, acabou de ganhar quatro estrelas no Programa Areia Carioca, da Secretaria de Meio Ambiente do Rio. Só que as chuvas de verão e as correntes marinhas levaram para as areias da Urca muita sujeira que flutuava na Baía de Guanabara. Imagina na Olimpíada!

Foto: Príamo de Melo

Foto: Príamo de Melo

Enviado por Ancelmo Gois – 25.01.2013 | 12h50m
Ancelmo.com

Tweet do dia – Luana

Cigarro é proibido em trechos de praias argentinas

Marcia Carmo
De Buenos Aires para a BBC Brasil

© Aleksandar Todorovic/Shutterstock.com

© Aleksandar Todorovic/Shutterstock.com

Um município argentino inaugurou dois trechos de 200 metros de suas praias como áreas em que fumar é proibido.

A medida veio após o sucesso do projeto piloto iniciado em uma dessas praias no ano passado, em Partido de la Costa, um conhecido reduto de turistas da classe média argentina.

As praias, Santa Teresita e San Bernardo, ficam a 300 quilômetros de Buenos Aires.

Em entrevista à BBC Brasil, o prefeito, Juan Pablo de Jesús, conta que houve resistência inicial ao projeto. A prefeitura, no entanto, aposta na conscientização da população através de uma campanha, intitulada “A Costa Respira”.

“Fizemos uma experiência piloto e ela deu certo e por isso decidimos manter a medida em Santa Teresita e aplicá-la agora em San Bernardo. No início, houve alguma resistência à medida, mas agora não”, disse.

A medida não prevê multas. A campanha contou com a distribuição, nas praias, de folhetos que abordavam os males do fumo e a importância de evitar o cigarro na frente de crianças, “para que elas não repitam os hábitos dos pais”.

“O que queremos é que o verão seja um o início de um processo para que a pessoa deixe o hábito do cigarro”, disse o prefeito.

Partido de la Costa é o segundo destino turístico argentino no verão e recebe cerca de 2,5 milhões de turistas do país nesta época do ano, segundo informações oficiais. San Bernardo e Santa Teresita são as principais praias do município, banhado pelas águas mais frias do Atlântico Sul.

Segundo o prefeito, o objetivo é ampliar a cada verão as áreas isentas de fumo. O município Partido possui catorze praias distribuídas em cem quilômetros de orla.

“Não sou médico, mas nosso objetivo é que o turista saia daqui mais preocupado em cuidar da sua saúde. Por isso, já iniciamos projeto para que as praças da cidade também sejam livres da fumaça do cigarro”, afirmou.

Atualizado em 21 de janeiro, 2013 – 09:44 (Brasília) 11:44 GMT
BBC Brasil


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