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O que é o lixo marinho, de onde vem e para onde vai, de que forma afecta o meio ambiente e o ser humano são algumas das questões que podem encontrar resposta na exposição “Lixo marinho: Um problema global“, inaugurada este sábado, na Galeria Municipal do Onze. A mostra onde os visitantes podem interagir para aprender a dimensão deste problema global vai estar patente em Setúbal até ao próximo dia 30 de Novembro.
Portugal é um dos quinze países que fazem parte do projecto europeu Marlisco, que pretende levar até às pessoas a realidade das causas e efeitos do lixo marinho. A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL) é o parceiro português deste projecto, sendo também responsável pela exposição na galeria municipal em Setúbal.
Paula Sobral, professora e coordenadora do projecto em Portugal, explica que o principal objectivo desta mostra é o de “fazer chegar a informação sobre este problema do lixo marinho, que é um problema global, de todos os países e continentes, e que aqui é um problema de todos nós”.
“A exposição está organizada de maneira a ilustrar os conceitos teóricos sobre o lixo marinho mas também os aspectos mais práticos com muitos exemplos que apanhamos aqui nas nossas praias”, explica Paula Sobral. A mostra integra uma secção onde é possível ver quais os tipos de resíduos deixados nas praias de Setúbal.
A exposição que pode ser visitada de terça-feira a sábado, até dia 30, vai viajar pelo país até 2015, passando de seguida pelo Centro de Ciência Viva de Vila do Conde e pelo Centro de Ciência Viva de Aveiro. Por ser um projecto internacional, a mostra vai ainda percorrer os restantes 14 países que integram este projecto, nomeadamente, Reino Unido, Irlanda, França, Holanda, Alemanha, Bélgica, Itália, Grécia, Chipre, Turquia, Dinamarca, Roménia, Eslovénia e Bulgária.
“Queremos principalmente sensibilizar e co-responsabilizar as pessoas no sentido de vir a reduzir este problema gravíssimo que não pára de aumentar”, salienta Paula Sobral.
Combate ao lixo marinho motiva a criação da Associação Portuguesa do Lixo Marinho
A importância de acabar com o lixo marinho moveu várias pessoas e entidades para a criação de uma associação que permitisse acelerar o combate a este problema global. “Pensamos que chegou a altura de criar uma Associação Portuguesa do Lixo Marinho porque este é um problema muito importante. Toda a comunidade científica está a dar muita importância a isto, e a própria sociedade em si está muito receptiva porque é fácil de perceber que isto é um problema”, conta Paula Sobral.
A professora adianta que este projecto deverá ter início ainda durante este mês de Novembro, contando com o apoio de várias entidades. “Há várias pessoas interessadas, figuras individuais e algumas instituições, como a Agência Portuguesa do Ambiente, a Docapesca, a FCT/UNL, pessoas de Aveiro, do Porto”, explica.
“A figuração de sócios colectivos também permitirá que outras entidades, como a Associação Portuguesa dos Industriais e dos Plásticos, possam também associar-se a nós no sentido de todos juntos podermos resolver este problema que de todos”, afirma Paula Sobral.
A coordenadora do projecto Marlisco em Portugal realça que, “no início, a associação pretende ser uma plataforma de concentração de informação e de divulgação dessa informação”. A associação vai também poder disponibilizar materiais “para as escolas desenvolverem acções e para outras entidades que queiram divulgar esta temática e que possam recorrer a nós no sentido de fornecermos a parte técnica”.
Os objectivos da Associação Portuguesa do Lixo Marinho passam também por “desenvolver projectos com outras instituições, tudo sempre na óptica da redução do lixo marinho e para contribuir para acabar com este problema”.
03/11/2013 08:44
O Bocagiano – Jornal Regional de Setúbal