Hoje caminhando na praia resolvi juntar todo o lixo que encontrasse pelo caminho

© Raquel Latalisa

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Raquel Latalisa
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Hoje caminhando na praia resolvi juntar todo o lixo que encontrasse pelo caminho. Infelizmente não é pouca coisa. O lixo é em sua grande maioria plástico, e pode ser encontrado já no mar ou até mesmo pouco visto por já estar praticamente enterrado na areia. O tempo de decomposição do plástico é de no MÍNIMO 100 anos. Isso quando os animais como tartarugas comem pensando que é comida. E isso me incomoda e me deixa muito triste. Os animais não têm nada a ver com isso e nem podem pagar pela falta de consciência e educação de nós, seres RACIONAIS. Vamos cada um fazer nossa parte, conscientize! “Só jogue no mar o que peixe come”

Combater o lixo marinho

Investigadores portugueses querem alertar para o problema dos resíduos no mar

Economia Verde – SIC Notícias
29.01.2014 22:12

O lixo marinho é hoje um problema planetário e que tem crescido na última década. Em novembro, foi criada a Associação Portuguesa de Lixo Marinho para informar, dar apoio científico e técnico, e ainda, contribuir para as políticas públicas relacionadas com este problema.

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A armadilha do PET, artigo de Norbert Suchanek

© Plastic Oceans Foundation

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Norbert Suchanek
EcoDebate, 07/01/2014

Foi na última semana, quando uma amiga me enviou uma foto de seu quintal de permacultura, e com orgulho ela escreveu: “Olha estou reciclando garrafas de PET, utilizando no viveiro para as minhas plantinhas.” A minha amiga se acha ecologicamente correta e consciente, mas sem querer ela entrou na armadilha da grande indústria do plástico e do petróleo.

Por anos, incontáveis de workshop de reciclagem ensinaram aos brasileiros, criancinhas, adultos, idosos, donas de casa, comunidades carentes e povos indígenas, a maravilha de “reciclar” garrafas PET. As garrafas de PET usadas passam então a servirem para várias coisas. Vasos para plantas, brinquedos, bijuterias, árvores de Natal, móveis ou qualquer coisa inimaginável. Paralelo a isso, foi criado um mercado de roupas com malha PET, identificada como ecologicamente correta. Camisas caríssimas porque salvam o Planeta, diz a propaganda.

Uma mentira que só virou verdade nesta sociedade do século 21, porque foram repetidas milhares vezes. A realidade é essa: O uso de uma garrafa PET velha no seu quintal ou em forma de roupa, ou como um “telhado verde”, não é reciclagem e nem preserva o meio ambiente. Reciclagem é quando uma garrafa PET velha vira uma garrafa PET nova, como é feito com as garrafas de vidro. Só assim o uso da matéria prima, o petróleo, e o gasto de energia estarão reduzidos. Mas o que acontece com a PET, na realidade, é o contrário disso. A garrafa PET na prática mundial não vira uma nova garrafa PET. A garrafa velha vira um outro produto, um processo que internacionalmente recebeu o nome “Downcycling”.

Ao contrário do vidro, a PET não pode ser reutilizada na linha de produção original e o seu processo de reciclagem de verdade é ainda caro e complicado. Por isso a indústria de embalagens prefere utilizar matéria prima para seus produtos e inventou a propaganda da PET-Recicling.

Novos mercados para o lixo de PET foram criados que de fato estão estimulando a produção de novas garrafas PET à base da matéria prima petróleo. Por exemplo, o novo mercado de Eco-Camisas, Eco-Bolsas ou Eco-mochilas de PET, precisa de produção de novas garrafas de PET à base da matéria prima. E isto é um ato contra a sustentabilidade, contra o meu ambiente e contra a nossa própria saúde.

Pior: ao contrário das fadas da propaganda da indústria química, a produção de PET nem é fácil ou limpa. Além do uso de petróleo, também várias substâncias tóxicas são necessárias ou são criadas durante o processo. Por exemplo, a indústria está usando trióxido de antimônio no processo de fazer PET. Mas antimônio é um metal pesado venenoso e pode criar câncer. “A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) classifica o trióxido de antimônio no Grupo 2B – possivelmente carcinogênico para o ser humano.”

A substância orgânica Bisfenol-A (BPA) é um outro grande vilão na produção de garrafas de plástico e de outras embalagens. Esta substância de fórmula (CH3)2C(C6H4OH)2 é um estrogênio sintético e pode causar câncer e infertilidade. Já foi provado há anos que o Bisfenol-A pode contaminar os líquidos dentro das garrafas de PET ou de outros plásticos.

Quem compra garrafas de PET e as usam no seu quintal como um viveiro ou quem cria um sofá de PET ou bijuterias, também está responsável pela continuidade do uso do petróleo, pela mineração de antimônio e seus efeitos danificadores e pela contaminação do meio ambiente com substâncias tóxicas e cancerígenas.

O mundo não precisa de garrafas, camisas ou viveiros de PET. Vidro é o melhor material para guardar qualquer bebida, inclusive a água. As garrafas de vidro podem ser reutilizadas centenas de vezes. E o material de vidro pode ser reciclado sem fim. O próprio vidro é a melhor matéria prima para fazer vidro.

Norbert Suchanek, Correspondente e Jornalista de Ciência e Ecologia, é colaborador internacional do EcoDebate.

Slum retira lixo e entulho na foz do Riacho Salgadinho

© Secom Maceió

© Secom Maceió

Secom Maceió
29/01/2014 – 12:34

Desde o início da manhã desta quarta-feira (29), mais de 90 agentes de limpeza da Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum) retiram lixo e entulhos da foz do Riacho do Salgadinho. Equipes iniciaram a remoção do lixo nas proximidades da comunidade de pescadores do Jaraguá e se concentram na foz do riacho. Para facilitar os trabalhos, operadores de caçambas, retroescavadeiras e tratores também estão no local. A ação é realizada durante todo o dia e se estenderá até a orla do Pontal da Barra, próximo ao Detran.

“Foram retiradas, somente na manhã de ontem, 150 toneladas de lixo. Intensificamos os serviços devido às ultimas chuvas. Os resíduos são os mais variados e têm origem no descarte irregular do lixo que com as forças das águas pluviais ficam concentrados aqui na foz”, disse Pablo Ângelo, diretor de operações da Slum. Ainda segundo declarou, já foram recolhidos restos de mobília, capacetes, pneus, frascos de vidros, embalagens plásticas, além de um colchão. “Para hoje, está prevista a remoção de mais 250 toneladas”, completou.

Na praia, a máquina Beach Teach 2000, capaz de recolher lixo até 30 centímetros de profundidade, também reforça as ações de limpeza. A limpadora possui capacidade de armazenar os resíduos sólidos e conta com recurso de higienizar a areia da praia por completo após três meses de utilização.

“A contribuição dos maceioenses na conservação da cidade é de grande importância para que, em épocas chuvosas, a população não sofra com pontos de alagamentos espalhados pela cidade”, explicou Pablo Ângelo. Ainda de acordo com o diretor, a Prefeitura tem trabalhado a conscientização ambiental, a exemplo do projeto Varre Grota.

“O projeto tem o objetivo de garantir uma faxina geral dentro das comunidades. É mais uma atividade que aproxima o cidadão da conservação da cidade. Já foram instaladas mais de 100 novas lixeiras nas comunidades São Rafael, Santo Onofre e Loteamento Ipanema, situadas no bairro do Jacintinho. A Slum já estuda ampliar esse projeto para demais regiões de Maceió”, disse.

Relatório – Grande quantidade de poluição por microplástico prejudica “minhocas do mar”

A ingestão de microplásticos por minhocas aquáticas poderia ter impacto sobre os ecossistemas oceânicos devido à sua importância para a cadeia alimentar

Minhocas aquáticas (Arenicola marina) são amplamente encontradas em todo o território do Atlântico Norte, vivendo em tocas na areia das praias. Foto: Alamy

Minhocas aquáticas (Arenicola marina) são amplamente encontradas em todo o território do Atlântico Norte, vivendo em tocas na areia das praias. Foto: Alamy

Jessica Aldred
theguardian.com, segunda-feira, 02 de dezembro de 2013 17:03 GMT
Traduzido por Natalie Andreoli, Global Garbage Brasil

Pequenos pedaços de lixo plástico ingeridos pelas minhocas marinhas estão prejudicando significativamente a saúde delas e terão um impacto mais amplo sobre os ecossistemas oceânicos, descobriram os cientistas.

As partículas de microplástico, medindo menos de 5mm de tamanho, vêm se acumulando nos oceanos desde 1960 e são agora a forma mais abundante de poluição por resíduos sólidos na Terra.

Dois estudos feitos no Reino Unido, publicados na revista Current Biology, analisaram se estes plásticos microscópicos, quase invisíveis, que se afundam na lama e areia em altas concentrações, estão causando danos a espécies na base da cadeia alimentar, que ingerem esse sedimento durante a alimentação e desempenham um papel ecológico fundamental como fonte de alimento para outros animais.

Usando a minhoca aquática como uma espécie indicadora, o primeiro estudo, da Universidade de Exeter, descobriu que as minhocas que se alimentam nos sedimentos oceânicos altamente contaminados comeram menos e tiveram níveis mais baixos de energia. O segundo estudo, da Universidade de Plymouth, estabeleceu, pela primeira vez, que ingerir microplásticos pode transferir poluentes e aditivos para as minhocas, reduzindo a saúde e a biodiversidade.

A ingestão de microplásticos por espécies na base da cadeia alimentar é um motivo de preocupação, pois pouco se sabe sobre seus efeitos até agora. Muitos outros organismos que têm um comportamento alimentar semelhante, tais como estrelas do mar, pepinos do mar e caranguejos (Uca pugnax), podem ser igualmente afetados.

As minhocas aquáticas são invertebrados comuns amplamente encontrados em todo o território do Atlântico Norte, vivendo em tocas na areia das praias. Elas comem partículas de areia, digerindo quaisquer microrganismos e nutrientes e passando a areia como resíduo através de suas caudas, ​​deixando um rastro característico ou um “trajeto” na praia. A minhoca pode formar cerca de 30% da biomassa de uma praia de areia média, tornando-a uma importante fonte de alimento para aves aquáticas e peixes.

As “minhocas do mar” prestam um outro importante serviço ao ecossistema, revirando grandes volumes de areia, repondo material orgânico e oxigenando as camadas superiores para manter o sedimento saudável para outros animais e microrganismos terem sucesso neste ambiente.

Os microplásticos podem ser feitos a partir de polietileno, tereftalato de polietileno, PVC ou poliestireno. Eles são pequenos demais para serem capturados através do processo de tratamento de esgoto existente e são levados direto para o oceano.

Pellets de plástico em pré-produção, ou 'nurdles' a barlavento  na Ilha South Sokos, Hong Kong. Fotografia: Alex Hofford/EPA

Pellets de plástico em pré-produção, ou ‘nurdles’ a barlavento na Ilha South Sokos, Hong Kong. Fotografia: Alex Hofford/EPA

Eles se dividem em três categorias: matéria-prima chamada “nurdles“, que é derretida para fazer itens de plástico maiores; ou  esferas esfoliantes em produtos cosméticos; ou pedaços maiores de plástico que se degradaram e se fragmentaram em partículas menores ao longo do tempo. Os microplásticos também são encontrados como fibras e têm sido identificados em tecidos sintéticos como o poliéster, que são usados ​​para fazer roupas,  que podem liberar até 1.900 minúsculas fibras por peça de roupa cada vez que são lavados.

Os microplásticos carregam uma mistura complexa de substâncias químicas que têm o potencial de prejudicar as minhocas, mostrou a pesquisa. Muitos materiais plásticos contêm aditivos químicos, tais como plastificantes, corantes e agentes antimicrobianos, que podem lixiviar nos sedimentos e na água do mar. Os microplásticos também concentram em suas superfícies substâncias químicas transmitidas pela água, como pesticidas e detergentes.

Tem havido muita campanha sobre o impacto da grande poluição marinha por plástico, com exemplos amplamente documentados de aprisionamento, ingestão e sufocamento de peixes e aves. Porém, partículas desse tamanho microscópico estão disponíveis para uma gama muito mais ampla de organismos marinhos, que ingerem e retêm essas pequenas partículas de plástico e servem como presa para espécies maiores.

O primeiro estudo, por Stephanie Wright, da Universidade de Exeter, colocou minhocas em tanques de laboratório com diferentes níveis de contaminação por plásticos por um período de até um mês, medindo o seu crescimento, fisiologia, sobrevivência e capacidade de ganhar peso. Ela descobriu que as minhocas aquáticas que se alimentavam de sedimentos que estavam altamente contaminados com microplásticos tinham menos peso do que minhocas em sedimentos limpos e  menos energia para investir em processos-chave, tais como crescimento e reprodução. Esses efeitos podem fazer com que as populações diminuam, com efeitos negativos para os predadores, constatou o artigo.

A alimentação reduzida também significa que o sedimento está sendo menos trabalhado, constatou a pesquisa. A qualidade do sedimento pode baixar, levando a um declínio nas comunidades que vivem nele. Wright disse: “Se as minhocas em ambientes contaminados reduzissem os níveis de alimentação para uma quantidade comparável à observada no laboratório, isto significaria muito menos movimento de sedimentos. Em uma área do tamanho do Mar de Wadden, por exemplo, o movimento do sedimento poderia cair por mais de 130.000 litros por ano”.

“Acreditamos que nosso estudo evidenciou a necessidade de reduzir a quantidade de resíduos de plástico e, portanto, de microplásticos que entram em nossos mares”, diz a Professora Tamara Galloway, da Universidade de Exeter. “Os plásticos são materiais extremamente benéficos. No entanto, se a poluição marinha por plásticos continuar a aumentar, os impactos tais como aqueles demonstrados em nossos estudos de laboratório poderiam ocorrer no ambiente natural. Por isso, é importante que nós evitemos o acúmulo de lixo plástico e microplástico em habitats marinhos, através de melhores práticas de manejo de resíduos e escolhas mais inteligentes nos materiais que usamos.”

Um outro relatório, do Dr. Mark Anthony Browne, sobre o trabalho realizado na Universidade de Plymouth, mostrou que microplásticos podem transferir substâncias químicas nocivas para as minhocas aquáticas, incluindo hidrocarbonetos, antimicrobianos e retardadores de chama. Devido ao seu papel como uma espécie de presa, as minhocas aquáticas poderiam passar esses produtos químicos na cadeia alimentar para predadores de topo, como peixes.

“Esses produtos químicos são persistentes, o que significa que podem se acumular nos tecidos dos organismos e levar muito tempo para se fragmentarem”, disse o professor Richard Thompson da Escola de Ciência e Engenharia Marinha da Universidade de Plymouth, que foi o líder do projeto para o estudo. “Nossos estudos de laboratório fornecem a primeira evidência clara de que os microplásticos poderiam causar danos e mostra que isso pode resultar tanto da presença física de plástico ingerido quanto da transferência de produtos químicos. Nossos próximos passos serão estabelecer todas as implicações desses resultados para organismos em habitats naturais.”

Limpadora de praia recolheu 70 toneladas de resíduos em três semanas

© Ascom Slum

© Ascom Slum

Fernando Coelho – Ascom Slum
28/01/2014 – 15:36

Em operação há três semanas, a limpadora de praia adotada de modo pioneiro no Brasil pela Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum) já removeu 70 toneladas de resíduos durante o seu período de funcionamento.

A atuação do equipamento está sendo inicialmente executada nas praias de Ponta Verde, Pajuçara e Avenida. Durante o dia, ela opera em trechos menos movimentados na praia da Avenida, entre a comunidade de pescadores de Jaraguá e o Emissário Submarino. Nos turnos da noite e da madrugada, a máquina percorre as praias de Pajuçara e de Ponta Verde.

“O equipamento tem atendido bem às expectativas. Ele tem conseguido retirar da faixa da areia tanto o resíduo pequeno quanto o grande”, avalia Gustavo Novaes, superintendente da Slum.

Fabricado com tecnologia alemã, o modelo Beach Tech 2000 realiza o serviço de limpeza e higienização da faixa de areia de modo mais eficiente que outros dispositivos utilizados anteriormente. A máquina puxada por um trator recolhe o lixo a até 30 centímetros de profundidade e possui capacidade de armazenar um metro cúbico e meio de resíduos.

Outro diferencial está na capacidade de revolver a areia para além da superfície, mas reter apenas os resíduos – inclusive os de menor tamanho e volume – e retornar a areia de volta à praia. Deste modo, outra conseqüência positiva está na redução dos custos de limpeza, uma vez que a máquina retira o mínimo de areia possível durante a operação.

“Isso tem nos ajudado também a pensar no redimensionamento do efetivo de limpeza de praia”, informa Gustavo Novaes. “Dos 72 agentes que atuam na praia, 16 deles também trabalham na faixa de areia. Temos conseguido uma redução da necessidade de atuação deles na área onde o equipamento tem atuado”, complementa o gestor.

Além de ter atuado bem na faixa de areia mais molhada – algo que não ocorria com a máquina de fabricação nacional –, o equipamento também se mostrou eficiente na remoção do sargaço. E mais: de acordo com o fabricante, a Beach Tech tem a capacidade de higienizar a areia da praia após três meses de utilização contínua.

“Há uma satisfação grande das pessoas. Temos ouvido elogios dos barraqueiros da região em razão da qualidade de limpeza da areia”, comemora o superintendente. “Em uma das nossas visitas, os barraqueiros pedem que a máquina passe antes na faixa de areia para eles instalarem as barracas e cadeiras e assim ajudar a atrair os clientes”, finaliza.

Campanha internacional contra a utilização de microesferas de plástico em cosméticos

Saiba como fazer parte desta campanha

Nativa SPA Sabonete Cremoso Esfoliante Purificante Algas Marinhas O Boticário

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O Boticário

Por Natalie Andreoli
ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho
24/01/2014

Em 2012 duas ONGs holandesas (Stichting de Noordzee e Plastic Soup Foundation) iniciaram uma campanha para eliminação dos plásticos em cosméticos. Como parte da campanha foi lançado o aplicativo “Beat the Microbead” (Combata as Microesferas) para smartphones, que é capaz de escanear o código de barras do produtos de higiene pessoal e verificar se eles contêm ou não microesferas de plástico.

Em outubro de 2013, com o apoio do UNEP – United Nations Environment Programme (PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e da ONG Fauna & Flora International (FFI) foi lançada uma versão internacional do aplicativo e no Brasil ele está em fase final de testes. Enquanto isso, é importante ampliar o banco de dados com os produtos que são comercializados no país, pois quanto maior o número de produtos cadastrados, mais opções de escolha o consumidor terá.

Para ajudar a ampliar a lista de produtos sua ajuda é fundamental! Para isso, envie fotos frente e verso (incluindo código de barras legível), para natalie.andreoli@globalgarbage.org.br, indicando no e-mail se o produto contém ou não microesferas.

As microesferas usadas em produtos de higiene pessoal são feitas principalmente de polyethylene (polietileno – PE), mas também podem ser feitas de polypropylene (polipropileno – PP), copolymer polyethyleen terephthalate (polietileno tereftalato – PET), polimetilmetacrilato (PMMA) e nylon.

Por enquanto estão sendo cadastrados apenas os seguintes tipos de produtos: 1. Esfoliantes / peelings; 2. Limpeza facial; 3. Ducha / banho; 4. Creme dental.

Para saber mais sobre a campanha acesse o site Beat the Microbead. Lá você encontra mais informações sobre evidências científicas, ONGs participantes, empresas que já se  comprometeram a parar de utilizar as microesferas e muito mais.

As organizações que tiverem interesse em participar da campanha podem entrar em contato pelo e-mail ablm@globalgarbage.org.br.

A ABLM conta com a sua ajuda!


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Exemplo de um creme dental que contém microesferas de plástico

http://www.oralb.com/brazil/products/3dwhite/

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Oral-B 3D WHITE

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Fotos enviadas por um leitor do Portal do Lixo Marinho

Foto: André Branco

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Exemplo de foto com detalhe do código de barras do produto. Foto: André Branco

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Exemplo de foto com detalhe dos ingredientes, evidenciando a presença de Polyethylene. Foto: André Branco

Exemplo de foto com detalhe dos ingredientes, evidenciando a presença de Polyethylene. Foto: André Branco


Exemplo de um sabonete esfoliante que contém microesferas de plástico

http://www.boticario.com.br/Nativa-SPA-Sabonete-Esfoliante-Verbena—Aloe-Vera-200g-15871/p

Nativa SPA Sabonete Cremoso Esfoliante Purificante Verbena + Aloe Vera O Boticário

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Fotos enviadas por uma leitora do Portal do Lixo Marinho

Exemplo de foto do verso do produto. Foto: Patrícia Louro

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Exemplo de foto com detalhe dos ingredientes, evidenciando a presença de Polyethylene. Foto: Patrícia Louro

Exemplo de foto com detalhe dos ingredientes, evidenciando a presença de Polyethylene. Foto: Patrícia Louro

Exemplo de foto com detalhe do código de barras do produto. Foto: Patrícia Louro

Exemplo de foto com detalhe do código de barras do produto. Foto: Patrícia Louro


Marine Pollution Bulletin

Murray R. Gregory, Plastic ‘scrubbers’ in hand cleansers: a further (and minor) source for marine pollution identified, Marine Pollution Bulletin, Volume 32, Issue 12, December 1996, Pages 867-871, ISSN 0025-326X, http://dx.doi.org/10.1016/S0025-326X(96)00047-1.
(http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0025326X96000471)
Abstract: Small, inconspicuous fragments of plastic, generally < 0.5 mm across (i.e. microlitter) derived from some hand cleaners and cosmetic preparations, and also used with some airblast cleaning media, are an unusual addition to post-consumer waste entering marine waters. The environmental significance of this material is unknown, but here is a further example of the intrusion of anthropogenic waste of dubious value into marine ecosystems. It could impact sea-surface microlayer ecosystems and the meiofauna of intertidal sediments. It is also speculated that these finely granulated plastics, once dispersed through the oceanic water column, could prejudice the results of some ambitious particulate carbon flux experiments as well as interfere with elemental and mineralogic composition analyses of suspended particles. They may also warrant attention when determining heavy metal concentrations in contaminated fine-grained sediments of estuarine and harbour environments.

Lisa S. Fendall, Mary A. Sewell, Contributing to marine pollution by washing your face: Microplastics in facial cleansers, Marine Pollution Bulletin, Volume 58, Issue 8, August 2009, Pages 1225-1228, ISSN 0025-326X, http://dx.doi.org/10.1016/j.marpolbul.2009.04.025.
(http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0025326X09001799)
Abstract: Plastics pollution in the ocean is an area of growing concern, with research efforts focusing on both the macroplastic (>5 mm) and microplastic (<5 mm) fractions. In the 1990s it was recognized that a minor source of microplastic pollution was derived from liquid hand-cleansers that would have been rarely used by the average consumer. In 2009, however, the average consumer is likely to be using microplastic-containing products on a daily basis, as the majority of facial cleansers now contain polyethylene microplastics which are not captured by wastewater plants and will enter the oceans. Four microplastic-containing facial cleansers available in New Zealand supermarkets were used to quantify the size of the polythelene fragments. Three-quarters of the brands had a modal size of <100 microns and could be immediately ingested by planktonic organisms at the base of the food chain. Over time the microplastics will be subject to UV-degradation and absorb hydrophobic materials such as PCBs, making them smaller and more toxic in the long-term. Marine scientists need to educate the public to the dangers of using products that pose an immediate and long-term threat to the health of the oceans and the food we eat.
Keywords: Microplastic; Facial cleanser; Ocean pollution; Food chain; Toxic contaminants

Marcus Eriksen, Sherri Mason, Stiv Wilson, Carolyn Box, Ann Zellers, William Edwards, Hannah Farley, Stephen Amato, Microplastic pollution in the surface waters of the Laurentian Great Lakes, Marine Pollution Bulletin, Volume 77, Issues 1–2, 15 December 2013, Pages 177-182, ISSN 0025-326X, http://dx.doi.org/10.1016/j.marpolbul.2013.10.007.
(http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0025326X13006097)
Abstract: Neuston samples were collected at 21 stations during an ∼700 nautical mile (∼1300 km) expedition in July 2012 in the Laurentian Great Lakes of the United States using a 333 μm mesh manta trawl and analyzed for plastic debris. Although the average abundance was approximately 43,000 microplastic particles/km2, station 20, downstream from two major cities, contained over 466,000 particles/km2, greater than all other stations combined. SEM analysis determined nearly 20% of particles less than 1 mm, which were initially identified as microplastic by visual observation, were aluminum silicate from coal ash. Many microplastic particles were multi-colored spheres, which were compared to, and are suspected to be, microbeads from consumer products containing microplastic particles of similar size, shape, texture and composition. The presence of microplastics and coal ash in these surface samples, which were most abundant where lake currents converge, are likely from nearby urban effluent and coal burning power plants.
Keywords: Plastic pollution; Marine debris; Great Lakes; Microplastic; Microbeads

Microesferas de plástico poluem os Grandes Lagos da América do Norte

Empresas se comprometem a remover minúsculas esferas esfoliantes de polietileno dos produtos de higiene pessoal

MINÚSCULAS ESFERAS Um cientista filtrou minúsculas esferas de plástico, mostradas nos frascos, de cada um desses produtos de limpeza de pele. A Johnson & Johnson, fabricante destes três produtos, está eliminando o uso de microesferas de polietileno em seus produtos de higiene pessoal. Crédito: Cortesia do 5 Gyres Institute

MINÚSCULAS ESFERAS
Um cientista filtrou minúsculas esferas de plástico, mostradas nos frascos, de cada um desses produtos de limpeza de pele. A Johnson & Johnson, fabricante destes três produtos, está eliminando o uso de microesferas de polietileno em seus produtos de higiene pessoal.
Crédito: Cortesia do 5 Gyres Institute

Por Cheryl Hogue
Chemical & Engineering News
Volume 91 Edição 37 | pp 23-25
Data de Emissão: 16 de setembro de 2013
Traduzido por Natalie Andreoli, Global Garbage Brasil

Uma variedade de produtos de limpeza de pele no mercado prometem esfoliar e desobstruir os poros. Alguns desses produtos de esfoliação contêm pequenas esferas de plástico dispersas em um gel ou uma pasta cremosa. Após a lavagem com esses produtos de limpeza, os consumidores enxaguam a área tratada – juntamente com suas minúsculas esferas – por ralo abaixo, não tendo nem sequer uma ideia do que acontece com os pedaços de plástico, que são menores do que 1 mm de diâmetro.

Recentemente, os pesquisadores estão encontrando microesferas plásticas nos Grandes Lagos. Eles dizem que as minúsculas esferas podem prejudicar animais aquáticos, que as confundem com alimento. Talvez mais preocupante, eles temem que as esferas de plástico possam ajudar a transferir poluentes tóxicos dos Grandes Lagos para a cadeia alimentar, incluindo os peixes que as pessoas comem.

Embora os estudos desses cientistas ainda não estejam publicados, os dados a partir deles, que documentam a presença de microesferas nos Grandes Lagos, têm sido compartilhados com empresas que fazem produtos de higiene pessoal que contenham as esferas. E essas empresas estão respondendo.

Os pesquisadores que estão coletando e analisando as informações sobre plásticos nos Grandes Lagos incluem um químico da SUNY Fredonia e cientistas do Instituto 5 Gyres (“5 Giros”), uma organização que luta em favor do meio ambiente, trabalhando para reduzir a poluição por plástico. Stiv J. Wilson, diretor de políticas do Instituto 5 Gyres, diz que sua organização forneceu os dados para as empresas americanas que fazem produtos de limpeza de pele ou outros produtos de higiene pessoal que contêm microesferas plásticas. A Johnson & Johnson (J&J), L’Oréal e Procter & Gamble (P&G) se comprometeram nos últimos meses a eliminar progressivamente as esferas de polietileno de seus produtos de limpeza de pele.

Mas essas empresas não foram as primeiras fabricantes de produtos de higiene pessoal a dar esse passo. Quem liderou esse movimento foi a Unilever, com sede no Reino Unido. Sob pressão de ativistas ambientais europeus, a Unilever, em dezembro de 2012, anunciou que estaria trabalhando para eliminar as microesferas de plástico nos próximos três anos. Enquanto isso, o Instituro 5 Gyres diz que a Colgate-Palmolive também se comprometeu a eliminar gradualmente as microesferas dos cremes dentais e outros produtos, mas a empresa não respondeu no prazo da C&EN para confirmar isso. Em declarações que anunciaram ou confirmaram a eliminação de microesferas de plástico, a J&J, a L’Oréal, a P&G e a Unilever não dizem o motivo ou quando, inicialmente, decidiram adicionar esferas de plástico em produtos destinados a serem liberados na água.

A descoberta de microesferas nos Grandes Lagos começou com um palpite de um químico ambiental. Cada vez mais estudos têm documentado a presença de grandes quantidades de plástico nos oceanos do mundo, aponta  Sherri (Sam) Mason, professora associada de química na SUNY Fredonia. “Se nós os encontramos nos oceanos, provavelmente iremos encontrá-los na região dos Grandes Lagos”, diz ela à C&EN.

Ela fazia parte de uma equipe de pesquisadores formada no verão de 2012 para investigar essa premissa. No trabalho financiado pela Burning River Foundation (“Fundação Rio Ardente”), uma organização sem fins lucrativos de Ohio, que foca na proteção dos recursos aquáticos, eles viajaram pelos lagos: Superior, Huron e Erie para coletar amostras das águas superficiais. Para fazer isso, eles fixaram uma rede com malha de 0,33 mm à embarcação.

Os pesquisadores, então, dividiram os plásticos que coletaram em três grupos, de acordo com a maior dimensão, diz Mason. Um grupo consiste em pedaços maiores do que 5 mm. O segundo é composto de partículas entre 1 e 5 mm. A terceira categoria, os microplásticos, são pedaços com menos de 1 mm na sua maior dimensão e tão pequenos quanto 0,355 mm. Mason está focada em estudar esse último grupo.

Cada pedaço de microplástico coletado em 2012 – havia milhares – foi examinada usando um microscópio eletrônico de varredura e espectroscopia de raios-X de energia dispersiva, diz Mason. “Este é um trabalho cansativo”, ela observa. Alguns dos pequenos pedaços são fragmentos irregulares de pedaços maiores de plástico. Porém, a maioria deles é esférico, sugerindo que eles foram liberados no meio ambiente como grânulos (pellets), diz ela. Além do mais, muitos deles são do mesmo tamanho e cor, incluindo branco, azul, verde ou vermelho-alaranjado, como as pequenas esferas utilizadas em uma série de produtos de higiene pessoal, diz Mason.

A análise da coleta de plásticos de 2012 nos lagos está descrita em um artigo submetido ao Marine Pollution Bulletin (Boletim de Poluição Marinha). De acordo com Wilson, que é um coautor, o artigo seria o primeiro a documentar a poluição por grânulos plásticos (pellets) nos Grandes Lagos.

Dos plásticos coletados durante as viagens de investigação em 2012, cerca de 80% dos fragmentos são menores do que 1 mm de tamanho, diz Mason. Embora a quantidade em cada amostra tenha variado amplamente em todos os lagos estudados, os pesquisadores estimaram que encontraram uma concentração relativamente baixa de microplásticos no Lago Superior, que tem a bacia hidrográfica menos densamente povoada dos Grandes Lagos. A densidade de microplásticos encontrada na superfície do Lago Superior foi, em média, cerca de 2.400 partículas por km2. No outro extremo do espectro, a superfície do Lago Erie teve a maior densidade, com média de em torno de 80.000 partículas de microplástico por km2. A bacia hidrográfica do Lago Erie tem o maior número de pessoas e indústrias dos Grandes Lagos e isso pode ajudar a explicar seus números mais elevados de partículas de plástico, diz Mason.

A circulação de água através do sistema dos Grandes Lagos também pode ser um fator influenciando na densidade de fragmentos de microplástico na superfície, Mason ressalta. A água dos lagos Superior, Michigan e Huron eventualmente se move através do Lago Erie no caminho para o Oceano Atlântico. Isso significa que os plásticos perto da superfície desses três lagos poderiam mover-se com a água que faz a sua viagem para o mar. O Lago Erie drena através das cataratas do Niágara para o Lago Ontário, que deságua no rio São Lourenço e esse canal flui para o Atlântico. Os pesquisadores coletaram plásticos no Lago Ontário pela primeira vez no verão de 2013, e esses pedaços estão sendo examinados minuciosamente agora.

O estudo das amostras de 2012 não inclui a identificação do tipo de plástico ou plásticos nas esferas, diz Mason. Mas as partículas coletadas no verão de 2013, nos Lagos Erie, Ontário e Michigan, em um esforço financiado pela Illinois-Indiana Sea Grant e Burning River Foundation, passarão por análises para determinar as suas composições químicas, acrescenta.

A descoberta de microesferas nos Grandes Lagos tem levantado muitas questões para futuras pesquisas.”Eu tenho muitas perguntas que quero investigar”, disse Mason, acrescentando que ela está colaborando com uma série de outros cientistas para procurar respostas.

Por exemplo, os pesquisadores estão planejando experimentos para determinar se as estações de tratamento de esgoto liberam minúsculas esferas de plástico, diz Mason. Especificamente, ela e os seus colaboradores estão se preparando para estudar amostras de efluentes de estações que são despejadas nos Lagos Erie e Ontário, para verificar a presença de microplásticos.

Porém, pelo menos um fabricante de produtos de higiene pessoal descarta essa possibilidade. Em uma declaração sobre a eliminação de microesferas, a J&J diz: “Até o momento, a ciência mostra que as microesferas de produtos de higiene pessoal são removidas em sistemas de tratamento de águas residuais.”

A afirmação da J&J é novidade para a National Association of Clean Water Agencies (Associação Nacional de Agências de Água Limpas), que representa as estações de tratamento de esgoto de propriedade pública. A associação classifica as minúsculas esferas de plástico, que são desenhadas para se serem levadas pelos canos de esgoto, como um contaminante emergente, diz Chris Hornback, diretor sênior de assuntos regulatórios da associação. Os contaminantes emergentes são materiais que entram nas águas residuais, como produtos farmacêuticos, que as instalações de tratamento de esgotos não são projetadas para remover ou decompor.

Usando a tecnologia desenvolvida nas décadas de 1950 e 1960, as estações de tratamento de águas residuais dependem principalmente da ação da gravidade e microorganismos para eliminar biossólidos e outros resíduos da água antes dela ser desinfetada e liberada em rios ou lagos, diz Hornback. Mason ressalta que muitas estações de tratamento adicionam agentes floculantes para ajudar a remover materiais sólidos das águas residuais. Porém, pedaços de plástico não tendem a flocular e, portanto, não são susceptíveis de serem capturados durante o tratamento, diz ela. As microesferas de plástico tendem a flutuar e, assim, são susceptíveis a fluir com as águas residuais tratadas para ambientes aquáticos, diz Hornback à C&EN.

Além disso, outra pesquisa está focada em saber se os minúsculos grânulos de plástico retirados da superfície estão entrando na cadeia alimentar, diz Mason. Os cientistas coletaram amostras de peixes do lago durante suas viagens de investigação neste verão e irão analisar o conteúdo de seus estômagos para a presença de plásticos.

Pequenos peixes e zooplâncton podem estar se alimentando de microplásticos porque as partículas são aproximadamente do mesmo tamanho que o alimento deles. Se esses animais estiverem ingerindo as partículas, o plástico pode interferir na absorção de nutrientes ou até mesmo obstruir fisicamente suas vísceras, explica Mason.

Há uma outra preocupação também. Os pesquisadores estão preocupados que substâncias tóxicas persistentes encontradas nos Grandes Lagos, como bifenilas policloradas (PCBs), podem adsorver ao plástico e serem liberadas nos corpos de animais aquáticos que ingerem as minúsculas partículas. O plástico pode servir como um veículo para as substâncias tóxicas moverem-se para dentro dos peixes e, em seguida, para aqueles que os comem, incluindo os seres humanos e aves, diz Mason. Wilson salienta que as microesferas têm uma grande razão superfície/volume, uma característica explorada em equipamentos de laboratório em que as microesferas são usadas ​​para separar materiais ou moléculas. Isso poderia fazer com que as esferas de plástico encontradas nos Grandes Lagos fossem eficientes veículos de poluentes tóxicos, diz ele.

Olhando para a questão da contaminação por microesferas a partir de uma perspectiva maior, Wilson diz que toda a poluição por plástico nos oceanos e lagos é um problema. Mas a adição de minúsculas esferas plásticas em produtos de higiene pessoal destinados a ir para o ralo e para o meio ambiente é “notória”, diz ele. Isso reflete a falta de análise do ciclo de vida, que é a chave para a sustentabilidade, continua ele. Diante disso, as campanhas dos ativistas ambientais contra o uso de minúsculas esferas em produtos de higiene pessoal apresentaram às empresas “um pesadelo muito sério de relações públicas”, afirma Wilson. “Eles reconhecem que isso é indefensável”.

A Unilever anunciou a eliminação de minúsculas esferas de plástico em produtos de higiene pessoal sob pressão da Plastic Soup Foundation (Fundação Sopa de Plástico), uma organização que luta em favor do meio ambiente, com sede na Holanda, que visa reduzir a quantidade de plástico no oceano. A Unilever aponta em sua declaração: “A quantidade de plástico no ambiente marinho que se acredita que seja originada da utilização de esferas de plástico esfoliantes em produtos de higiene pessoal é considerada limitada em comparação com outras fontes.” Porém, considerando a crescente quantidade e impacto potencial desses fragmentos de plástico, a Unilever planeja completar sua eliminação mundial de microesferas em 2015. A empresa diz que está “explorando alternativas adequadas que melhor podem corresponder à experiência sensorial que as esferas esfoliantes de plástico proporcionam”.

Assim como a Unilever, a J&J fez a sua declaração anunciando a eliminação de microesferas de polietileno, no contexto da poluição marinha por plástico. “As prováveis ​​fontes de microplásticos nos oceanos são a partir da fragmentação das garrafas e sacos plásticos descartados”, diz a J&J. Levando em conta as preocupações dos consumidores, ela diz: “Nós queremos que nossos produtos de beleza e de cuidados para bebês reflitam as necessidades atuais e futuras dos consumidores, para que eles sempre tenham tranquilidade ao usar nossos produtos”. A empresa diz que está avaliando a segurança ambiental de “uma alternativa promissora” para as esferas de polietileno.

A L’Oréal, uma terceira empresa que está eliminando as microesferas, possui a The Body Shop, uma marca de produtos de higiene pessoal considerada como social e ambientalmente consciente. Wilson diz que a 5 Gyres encontrou microesferas nos itens da The Body Shop. A L’Oréal afirma que “está comprometida em garantir que todos os nossos produtos tenham o melhor perfil ambiental” e realiza pesquisas sobre os impactos de seus itens sobre os ecossistemas aquáticos. A L’Oréal diz que não vai desenvolver novos produtos utilizando microesferas de polietileno como esfoliantes e “a empresa favorece a substituição deles em suas fórmulas existentes, sempre que possível.”

Uma porta-voz da P&G disse à C&EN que sua empresa vai substituir as microesferas de polietileno “assim que alternativas estiverem disponíveis e sua conformidade esteja absolutamente comprovada”. A empresa pretende eliminar gradualmente as esferas em nível global ao longo dos próximos anos, com a eliminação completa o mais tardar em 2017.

À medida que essas empresas trabalham para acabar com a utilização de microesferas, a pressão dos consumidores sobre as empresas para eliminar progressivamente as minúsculas esferas de plástico em produtos de higiene pessoal está pronta para crescer em todo o mundo.

A Plastic Soup Foundation oferece um aplicativo para smartphones chamado “Beat the Microbead” (“Combata as microesferas”). Com isso, os consumidores podem escanear o código de barras de um produto e saber se ele contém as minúsculas esferas de plástico. O aplicativo conta com um banco de dados que o grupo montou através da compra de dezenas de produtos de higiene pessoal e verificação deles para a presença de microesferas. Wilson ressalta que determinar se um produto contém microesferas pode ser feito facilmente diluindo o produto e passando-o através de um filtro de café, para capturar quaisquer grânulos.

O aplicativo foi desenvolvido inicialmente para o mercado europeu. Maria Westerbos, diretora da Plastic Soup, disse à C&EN que o grupo vai lançar uma versão do aplicativo gratuito expandida, mais global, no início de outubro.

A esperança de Wilson é que as esferas de microplástico intencionalmente adicionadas aos produtos de higiene pessoal, em breve tornem-se uma coisa do passado. Ele diz: “Este é um exemplo de um projeto mal feito e um problema solucionável”.

Coletar e examinar

Pesquisadores retiraram fragmentos de microplástico, incluindo esferas brancas e azuis, das superfícies dos Grandes Lagos (acima). Dezenas de esferas podem cobrir a cabeça de Abraham Lincoln em uma moeda de um centavo de dólar (centro). A micrografia eletrônica de varredura mostra a desagregação de uma microesfera com o tempo, na região dos Grandes Lagos (abaixo).

Esta é uma foto de uma rede afixada ao navio que coleta plástico nos Grandes Lagos. Crédito: Cortesia do 5 Gyres Institute

Esta é uma foto de uma rede afixada ao navio que coleta plástico nos Grandes Lagos.
Crédito: Cortesia do 5 Gyres Institute

Esta é uma foto que mostra partículas de plástico com menos de 1 mm, incluindo esferas de plástico, sobre o Presidente Lincoln, em uma moeda de um centavo de dólar. Crédito: Cortesia do 5 Gyres Institute

Esta é uma foto que mostra partículas de plástico com menos de 1 mm, incluindo esferas de plástico, sobre o Presidente Lincoln, em uma moeda de um centavo de dólar.
Crédito: Cortesia do 5 Gyres Institute

Micrografia Eletrônica de Varredura que mostra microesferas de plástico desagregadas, em função da ação do tempo, coletadas nos Grandes Lagos. Crédito: Cortesia do 5 Gyres Institute

Micrografia Eletrônica de Varredura que mostra microesferas de plástico desagregadas, em função da ação do tempo, coletadas nos Grandes Lagos.
Crédito: Cortesia do 5 Gyres Institute


Nota do tradutor: C&EN – Chemical & Engineering News (Notícias de Química e Engenharia) é uma revista semanal publicada pela American Chemical Society (Sociedade Americana de Química), que fornece informação técnica e profissional nas áreas de química e engenharia química.