
Organizadores das ações socioambientais realizadas durante a 23a travessia da Ilha do Campeche.
por Natalie Andreoli, da ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho
16 de março de 2015
A 23ª Travessia da Ilha do Campeche, evento tradicional em Florianópolis, SC, organizado pela academia Sotália Sports, contou com a participação de mais de 200 atletas neste último sábado. Enquanto os atletas realizavam a prova, diversas ações socioambientais foram realizadas nas areias da Praia do Campeche.
A ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho, juntamente com a Sotália Socioambiental, Programa Bandeira Azul e Projeto Lontra organizaram um mutirão de 15 minutos, com foco no microlixo.
O mutirão teve a participação de 79 pessoas, incluindo adultos e crianças, além da participação dos organizadores do evento e ecovoluntários do Projeto Lontra. O total de lixo marinho retirado da praia do Campeche foi de 1.550 bitucas de cigarro, 150 litros de plástico, 50 litros de metal, 30 litros de papel e 150 litros de rejeitos.
A destinação correta dos resíduos coletados na praia e gerados durante o evento (aproximadamente 23 Kg de recicláveis e 100 Kg de orgânicos) foi feita pela empresa Oeko.
Enquanto a ABLM, Programa Bandeira Azul e voluntários do Projeto Lontra faziam a triagem e contabilização do lixo marinho coletado, alguns integrantes do Projeto Lontra realizaram uma oficina com crianças ensinando a montar um peixe a partir de uma garrafa PET.
Além disso, durante o evento esteve presente a Caule Eco.lógicos, fazendo demonstração de produtos cosméticos que não agridem o meio ambiente, incluindo o creme dental Contente Orgânico, que não contém microesferas de plástico em sua composição. Os autores Alex Eckshmidt e Eduardo Beskow também falaram sobre o seu livro “Sustentabilidade para todos – Faça a sua parte!”, que foi sorteado entre os participantes do mutirão. O Programa Bandeira Azul distribuiu material informativo sobre conduta consciente nas praias.
O problema do lixo marinho é global e o Brasil também contribui para o problema. Em um estudo publicado recentemente na revista Science (Plastic waste inputs from land into the ocean) estimou-se que 4,8 à 12,7 milhões de toneladas de lixo plástico entraram nos oceanos em 2010 e o Brasil foi um dos 20 países responsáveis por 83% desse valor. Portanto, ações de educação ambiental como esta sensibilizam os frequentadores de praia e são uma das possíveis soluções para minimizar o problema do lixo marinho.