Sobre lixo marinho e a Irlanda

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Falando sobre o lixo marinho ingerido por aves marinhas com a repórter Mariane Salerno

por Heidi Acampora, da ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho

02 de Fevereiro de 2015

Recentemente tive a oportunidade de dar uma entrevista no programa na TV Globo “Como será?” e falar um pouco da pesquisa sobre lixo marinho no meu doutorado, e a vida na Irlanda. O programa foi ao ar no dia 31 de Janeiro e está disponível online.

Confira o video no link Irlanda: Rota de Estudantes

 

Workshop de Peritos em Lixo Marinho da CDB

Vista pessoal no primeiro dia do Workshop, em Baltimore, EUA - ©Heidi Acampora

Vista pessoal no primeiro dia do workshop, em Baltimore, EUA – ©Heidi Acampora

por Heidi Acampora, da ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho

07 de janeiro de 2015

A Secretaria da Convenção da Diversidade Biológica (CDB) convidou partidos, outros governos, comunidades locais e indígenas e organizações relevantes para nominarem peritos para participar do Workshop de Peritos da CDB para Preparar um Guia Prático para Prevenir e Mitigar os Impactos Negativos Significantes do Lixo Marinho em Habitats Marinhos e Costeiros, que  aconteceu de 2 a 4 de dezembro de 2014, em Baltimore, Estados Unidos da América.

Participantes de todas as partes do mundo foram chamados para representarem seus países e aconselharem no assunto lixo marinho. Um documento que compilava afirmações existentes atuais foi providenciado pela Secretaria e foi solicitado aos peritos no assunto que comentassem e complementassem o documento. Porém,  o objetivo principal do workshop era levantar medidas para prevenir, reduzir e mitigar o lixo marinho em um contexto global, preparando assim o documento que irá servir como um guia prático para lidar  com o lixo marinho ao redor do mundo, de acordo com o conselho da CDB. Dessa forma, era importante ter representantes de todos os continentes e seus vários países.

No primeiro dia do workshop, os participantes fizeram apresentações sobre seus trabalhos atuais em lixo marinho em seus respectivos países e instituições de origem. No segundo dia, os participantes se dividiram em dois grupos de discussão: lixo de origem no mar & na terra. Dessa forma, os participantes puderam explorar de forma profunda suas especialidades, aconselhando quais medidas deveriam ser adicionadas ao documento da CBD. É conhecido que os avanços no diagnóstico e pesquisa diferem de região a região, país a país, continente a continente e que, enquanto temos áreas que já começaram a lidar com o problema do lixo marinho, nós ainda temos áreas que necessitam do diagnóstico inicial para detectar quantidades e fontes de lixo marinho. Assim, foi muito importante obter todas as diferentes opiniões que cada pessoa pôde trazer, de sua própria experiência, em seus países de origem/trabalho.

No terceiro e último dia, os participantes tiveram como missão, concordar sobre o documento que foi construído através de seus conselhos, e cada parágrafo foi cuidadosamente discutido e concordado ou discordado pelo grupo. Ao final dos 3 dias de workshop havia um sentimento de missão cumprida e nos estávamos felizes em termos produzido um documento que reflete as visões de peritos ao redor do mundo, os quais tem trabalhado duro individualmente para lidar com o problema do lixo marinho em seus próprios países, e que agora se uniam com o mesmo objetivo, globalmente.

Eu me senti muito honrada de estar representando o Brasil, através da Associação Brasileira do Lixo Marinho (ABLM), bem como a Irlanda, através do meu trabalho no Instituo de Tecnologia Galway-Mayo (GMIT), na reunião e por poder aconselhar medidas que podem vir a ajudar países a prevenir, reduzir e mitigar o lixo marinho em nossos oceanos.

Foto do grupo de participantes do workshop - ©Heidi Acampora

Foto do grupo de participantes do workshop – ©Heidi Acampora

 

Workshop Anual de Fulmares

Jan van Franeker demonstra uma necropsia inicial  – ©Heidi Acampora

Jan van Franeker demonstra uma necropsia inicial – ©Heidi Acampora

por Heidi Acampora, da ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho
26 de outubro de 2014

Entre 17-22 de Outubro, aconteu o workshop anual para o estudo de fulmares, na ilha de Texel, na Holanda. O workshop de fulmares é apresentado por Jan Andries van Franeker, que começa explicando sobre o monitoramento de lixo marinho por fulmares no Mar do Norte, e logo depois realiza uma necrópsia inicial para ensinar sobre a metologia padrão utilizada para os trabalhos da OSPAR (Convenção Oslo-Paris). A partir daí, os participantes se colocam em pares para realizarem suas próprias necrópsias nas aves providenciadas para o workshop, durante todo o fim de semana. Definitivamente uma oportunidade incrível para afiar suas técnicas e aprender novas. A padronização de técnicas e metodologias é uma importante característica da pesquisa, pois permite que dados de diferentes estudos possam ser comparados e validados então.

Nos próximos dias que seguiram, os participantes do workshop, deram apresentações sobre seus trabalhos atuais e nos também tivemos a oportunidade de sair para uma observação de aves no campo. O tempo estava um pouco ruim, mas com sorte tivemos alguns momentos quando a chuva deu uma trégua e pudemos correr para fora da van e passar algum tempo observando as aves (algumas interessantes para os livrinhos de algumas pessoas :)).

Eu aproveitei a oportunidade do workshop para levar algumas das minhas aves aqui da Irlanda, incluindo um fulmar que encontrei em Dog’s Bay, Connemara, no início do ano, e realizar as necrópsias com o Jan. Eu também fiquei alguns dias a mais após o workshop para estudar melhor as técnicas de análise de conteúdos estomacais e assim, analisar também o conteúdo estomacal do meu fulmar irlandês e o resultado foi bem perturbador. A pobre ave havia ingerido uma enorme quantidade de plásticos, especialmente pedaços de isopor e outros fragmentos.

O limite ecológico para a OSPAR é que não mais que 10% dos fulmares no Atlântico Norte contenham mais que 0.1g de plástico em seu estômago. Atualmente, todos os fulmares estudados ultrapassam essa meta em grandes proporções.

O workshop de fulmares foi uma experiência bastante válida para mim no sentido de calibrar meus métodos, me atualizar nas pesquisas atuais em aves marinhas e lixo marinho, fazer contatos profissionais e ainda fazer amigos. Com certeza foram dias bem divertidos e eu definitivamente tenho planos de voltar no ano que vem.

Fulmares aguardam sua vez de serem dissecados :) - ©Stefan Weiel

Fulmares aguardam sua vez de serem dissecados – ©Stefan Weiel

Dissecando minha ave irlandesa, auxiliada pelo Jan - ©Heidi Acampora

Dissecando minha ave irlandesa, auxiliada pelo Jan – ©Heidi Acampora

Meu fulmar irlandês tinha ingerido uma quantidade imensa de plástico - ©Jan van Franeker

Meu fulmar irlandês tinha ingerido uma quantidade imensa de plástico – ©Jan van Franeker

Grupo participante do workshop - ©Stefan Weiel

Grupo participante do workshop – ©Stefan Weiel

Sobre limpezas de praia na Noruega

por Heidi Acampora, da ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho
26 de outubro de 2014

Enquanto em Tromso, depois de retornar do cruzeiro ao Ártico, eu tive o prazer de conhecer Bo Eide. Bo é um engenheiro florestal, que tomou grande interesse no assunto do lixo marinho há algum tempo atrás. Por iniciativa própria, ele começou a chamar atenção para o problema do lixo marinho na Noruega, organizando limpezas de praia. Apesar da Noruega ser um país relativamente limpo e existirem multas e leis que regulam o lixo nas ruas e arredores, o desenho costal da Noruega tende a reter quantidades impressionantes de lixo.

Bo depende de voluntários para ajudar com as campanhas de limpeza de praia e também de fundos para descartar o lixo coletado. Em alguns países europeus, não é possível chegar a um depósito de lixo com uma enorme quantidade de lixo sem pagar taxas para o descarte do mesmo. Bo explicou para mim que todos os fundos arrecadados para fazer a limpeza vão na verdade para o pagamento ao depósito de lixo. Mais uma vez, na minha humilde opinião, se alguém esta limpando um patrimônio nacional sem ganhar nada para isso, e ainda, limpando um lixo que não é seu, deveria haver algum esquema de apoio para tal.

Outra forma que Bo encontrou para conscientizar as pessoas sobre o assunto do lixo marinho na Noruega foi através de um vídeo que ele e seus colegas fizeram. O vídeo foca no lixo marinho em praias da Noruega, e convida o cidadão comum não somente a se importar com o seu próprio lixo, mas também poupar uma tarde para voluntariar e ajudar com a campanha na praia. O filme foi nomeado para o Panda Award, que é como o Oscar dos filmes ambientais :) Bem impressionante, né? Eu gostaria de registrar aqui o meu respeito ao Bo por seu trabalho brilhante e por levantar a bandeira do lixo marinho na Noruega.

Acima você pode encontrar o vídeo e abaixo também algumas fotos impressionantes, bem como deprimentes, das campanhas de limpeza nas praias em Tromso e ao redor.

© Bo Eide

© Bo Eide

© Bo Eide

© Bo Eide

© Bo Eide

© Bo Eide

24° Encontro Anual da SETAC Europa

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A apresentação de M. Rani sobre o vazamento de HBCD em bóias de EPS – © Heidi Acampora

por Heidi Acampora, da ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho
26 de maio de 2014

O 24° encontro anual da SETAC (Sociedade de Toxicologia e Química Ambiental) aconteceu na Basiléia, Suíça, nos dias 11 a 15 de maio de 2014. O encontro contou com mais de 2.000 participantes, durante 4 dias no Centro de Congressos da Basiléia.  Sendo um encontro sobre Toxicologia, os assuntos poderiam se tornar muito amplos, e de fato eram, mas especificamente em um dos dias houve uma inteira sessão dedicada à poluição por macro e microplásticos (Denominada de “Poluição por macro, micro e nanoplásticos em ambientes aquáticos e terrestres: Fontes, destinos, exposição e impactos toxicológicos e ecológicos”). Os assuntos nas palestras variaram desde a presença de microplásticos em sedimentos à contaminação de frutos do mar, passando pela liberação de compostos químicos do plástico aos organismos ingerindo o mesmo e ao meio ambiente.

Particularmente, as palestras mais interessantes e inovadoras vieram de E. Besseling, da Universidade de Wageningen, que estudou os efeitos de nanoplásticos no crescimento e reprodução de algas e zooplâncton; e M. Rani e M. Jang, do Instituto de Ciências Oceânicas e Tecnologia da Coreia, que estudaram a liberação de Hexabromociclododecano, também conhecido como HBCD (um anti-chamas usado como aditivo em plásticos) em bóias de poliestireno expandido – EPS (e outros produtos como eletrônicos e utensílios de casa) na água e nos mexilhões fixados nas bóias.

Explico porque achei essas palestras inovadoras. Primeiro, porque aparentemente, existe um novo tamanho que precisamos nos preocupar quando falamos de lixo marinho: as nanopartículas, que parecem ser o próximo item mais abundante no meio ambiente devido à quebra de macroplásticos em microplásticos e destes, em nanoplásticos. Partículas nano também podem ser industrialmente produzidas. Então definitivamente precisamos saber mais sobre isso. Segundo, porque muito tem sido feito em reportar a presença de partículas plásticas em todo lugar, porém pouco sabemos sobre os efeitos reais que essas partículas estão causando ao meio ambiente e seus habitantes, a não ser pelos efeitos óbvios como aprisionamento em redes ou embalagens, ocupação de espaço no estômago, perfuração do trato digestivo, etc. Mas quando uma partícula foi ingerida, quando ela está dentro do trato digestivo de um animal, o que ela causa, e como isso afeta a cadeia alimentar? Besseling, em trabalho anterior (Besseling et al., 2013), provou que vermes marinhos eram menos ativos e fortes após ingerirem microplásticos. Dessa vez, efeitos no crescimento de S. obliquus, uma alga verde, foram demonstrados, bem como efeitos reprodutivos em D. magna, uma espécie de zooplâncton.

Com Rani e Jang, o interesse vem em saber que bóias de poliestireno expandido são amplamente utilizadas em todos os lugares, incluindo fazendas de aquacultura. HBCDs foram adicionados à lista global de componentes químicos a serem eliminados sob a Convenção de Estocolmo, em maio de 2013, devido aos seus efeitos bioquímicos adversos (aumento do fígado, tireóide e glândula pituitária em ratos testados). Os estudos de Rani e Jang provam que existe uma maior concentração de HBCD em mexilhões presos às bóias e em seu entorno, bem como maiores concentrações na água e sedimentos do entorno, concluindo que bóias de EPS são uma fonte de HBCD no meio ambiente. A pergunta que todos queriam fazer era: Qual a necessidade de se adicionar algo como um anti-chamas a um produto que vai estar todo o tempo na água, como uma bóia, por exemplo?

Se você quer saber mais sobre o estudo de Besseling com vermes marinhos e microplásticos, clique aqui. Para saber mais sobre nanoplásticos e algas e zooplâncton, clique aqui para o resumo publicado na conferência.

Se você quer saber mais sobre o trabalho de Rani e Jang em HBCDs, clique aqui. E para HBCDs em bóias de EPS, clique aqui para o resumo publicado na conferência.

Se você deseja saber mais sobre a SETAC, clique aqui. Se você deseja ler o livro de resumos da última conferência da SETAC Europa 2014, clique aqui.

Workshop Internacional sobre Destino e Impacto de Microplásticos nos Ecossistemas Marinhos

Foto oficial dos participantes do workshop, em Plouzané, França. © MICRO

Foto oficial dos participantes do workshop, em Plouzané, França. © MICRO

por Heidi Acampora, da Associação Brasileira do Lixo Marinho

Entre os dias 12 e 15 de janeiro de 2014, aconteceu o Workshop Internacional sobre Destino e Impacto de Microplásticos nos Ecossistemas Marinhos (International Workshop on Fate and Impacts of Microplastics in Marine Ecosystems), em Plouzané, França.

A conferência contou com mais de 30 apresentações orais, que se dividiram em temas relacionados à ocorrência dos microplásticos no ambiente marinho, os impactos das partículas na fauna marinha e microplásticos como vetores de contaminantes químicos e biológicos.

Além das apresentações orais, mais de 60 pôsteres foram difundidos em conversas informais, regadas a vinho francês.

Em seu último dia, o workshop contou com a participação de jovens estudantes de ensino médio e mestrado, que divulgaram suas impressões e trabalhos de conscientização sobre a poluição marinha por microplásticos.

O público geral da conferência foi bem diversificado, com participantes dos mais variados países, como Coreia, Irlanda, Bélgica, Suécia, Holanda, Inglaterra, Noruega, Dinamarca e até mesmo o Brasil. Unidos com o propósito de entender melhor os efeitos e impactos da poluição por materiais plásticos, autores de importantes publicações, como François Galgani, apresentaram seus mais recentes trabalhos, assim como fundadores de ONGs (como o 5 Gyres Institute e a Surfrider Foundation Europe) e estudantes de doutorado de diversas e renomadas universidades.

Muito se questionou sobre a translocação de microplásticos, uma vez ingeridos e também sobre a padronização dos métodos de coleta e análise. A principal mensagem do workshop foi reconhecer os microplásticos como poluentes de grande importância e que, apesar de seu tamanho, podem causar grandes impactos.

Clique aqui para ler o Livro de Resumos

Ingestão comparativa de plástico em Puffinus tenuirostris (“Bobo de cauda curta”) adultos e juvenis

Uma das aves do estudo, com seu conteúdo estomacal, em sua maioria, plástico. © Heidi Acampora

Uma das aves do estudo, com seu conteúdo estomacal, em sua maioria, plástico.
© Heidi Acampora

por Heidi Acampora, da Associação Brasileira do Lixo Marinho

As aves marinhas têm sido usadas como indicadores da saúde dos ecossistemas marinhos. Isso se deve ao fato desses animais estarem mais suscetíveis à ingestão de lixo, tanto em áreas costeiras, como em alto mar, devido às suas longas migrações e dietas variadas. Outro fator envolvido é a tendência de que, ao alimentarem seus filhotes através de regurgitação, as aves passem adiante o material não digerido juntamente com a comida, no caso o plástico, a forma mais comum de lixo marinho. A ingestão de plástico pode ser mais problemática nos filhotes, pois esses animais não conseguem retirar desse material indigesto os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento, levando-os à morte.

Diversos estudos buscam entender o que leva aves à ingerirem plástico. Acredita-se que fragmentos plásticos assemelhem-se a alimentos comuns na dieta desses animais. Por exemplo, microesferas de plástico utilizadas na produção inicial de produtos (chamadas de “nurdles”, que são pequenas esferas de plástico que, ao serem derretidas e tratadas, transformam-se nos produtos plásticos que utilizamos no nosso dia a dia) poderiam ser confundidas com ovos de peixe, alimento comum de várias aves marinhas.

Um estudo recente realizado na Austrália, utilizou-se de um grande número de aves encontradas mortas na praia Main, na ilha de  North Stradbroke, em duas ocasiões (2010 e 2012) para investigar a ingestão de plástico nessas aves e comparar se havia alguma diferença entre o tipo, cor e quantidade de lixo, de acordo com a maturidade e sexo dos animais.

A pesquisa relata que mais de 67% das aves havia ingerido alguma forma de lixo, em sua maioria, plástico (n=102 adultos e n=27 juvenis). No total, 399 fragmentos de lixo antropogênico foram coletados. Testes estatísticos não indicaram uma relação significante entre as condições corporais dos animais e a ingestão de lixo. Porém, provou-se que juvenis ingerem significativamente mais lixo que adultos. Diferenças na ingestão de lixo entre machos e fêmeas não foram detectadas. Entretanto, através de uma comparação entre o lixo ingerido pelas aves e o lixo marinho encontrado em coletas em mar aberto, seguindo a rota de migração da espécie, descobriu-se que existe uma seletividade ativa por pedaços de plástico rígido, fragmentos de borracha e balões de festa.

A caracterização dos itens “preferidos” por determinadas espécies e idades é um importante fator, que pode vir a auxiliar na criação de medidas mitigatórias e preventivas para lidar com o problema do lixo marinho.


Leia mais sobre o estudo aqui: http://dx.doi.org/10.1016/j.marpolbul.2013.11.009

Ou contacte a autora para um PDF completo do artigo através do email: Heidi.Acampora@globalgarbage.org.br

Heidi Acampora, Qamar A. Schuyler, Kathy A. Townsend, Britta Denise Hardesty, Comparing plastic ingestion in juvenile and adult stranded short-tailed shearwaters (Puffinus tenuirostris) in eastern Australia, Marine Pollution Bulletin, Volume 78, Issues 1–2, 15 January 2014, Pages 63-68, ISSN 0025-326X, http://dx.doi.org/10.1016/j.marpolbul.2013.11.009.
(http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0025326X13007108)
Keywords: Ingestion; Marine debris; Plastic–Puffinus tenuirostris; Surface trawl sampling