ABLM participa da 23ª Travessia da Ilha do Campeche em Florianópolis

Organizadores das ações socioambientais realizadas durante a 23a travessia da Ilha do Campeche.

Organizadores das ações socioambientais realizadas durante a 23a travessia da Ilha do Campeche.

por Natalie Andreoli, da ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho
16 de março de 2015

A 23ª Travessia da Ilha do Campeche, evento tradicional em Florianópolis, SC, organizado pela academia Sotália Sports, contou com a participação de mais de 200 atletas neste último sábado. Enquanto os atletas realizavam a prova, diversas ações socioambientais foram realizadas nas areias da Praia do Campeche.

A ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho, juntamente com a Sotália Socioambiental, Programa Bandeira Azul e Projeto Lontra organizaram um mutirão de 15 minutos, com foco no microlixo.

O mutirão teve a participação de 79 pessoas, incluindo adultos e crianças, além da participação dos organizadores do evento e ecovoluntários do Projeto Lontra. O total de lixo marinho retirado da praia do Campeche foi de 1.550 bitucas de cigarro, 150 litros de plástico, 50 litros de metal, 30 litros de papel e 150 litros de rejeitos.

A destinação correta dos resíduos coletados na praia e gerados durante o evento (aproximadamente 23 Kg de recicláveis e 100 Kg de orgânicos) foi feita pela empresa Oeko.

Enquanto a ABLM, Programa Bandeira Azul e voluntários do Projeto Lontra faziam a triagem e contabilização do lixo marinho coletado, alguns integrantes do Projeto Lontra realizaram uma oficina com crianças ensinando a montar um peixe a partir de uma garrafa PET.

Além disso, durante o evento esteve presente a Caule Eco.lógicos, fazendo demonstração de produtos cosméticos que não agridem o meio ambiente, incluindo o creme dental Contente Orgânico, que não contém microesferas de plástico em sua composição. Os autores Alex Eckshmidt e Eduardo Beskow também falaram sobre o seu livro “Sustentabilidade para todos – Faça a sua parte!”, que foi sorteado entre os participantes do mutirão. O Programa Bandeira Azul distribuiu material informativo sobre conduta consciente nas praias.

O problema do lixo marinho é global e o Brasil também contribui para o problema. Em um estudo publicado recentemente na revista Science (Plastic waste inputs from land into the ocean) estimou-se que 4,8 à 12,7 milhões de toneladas de lixo plástico entraram nos oceanos em 2010 e o Brasil foi um dos 20 países responsáveis por 83% desse valor. Portanto, ações de educação ambiental como esta sensibilizam os frequentadores de praia e são uma das possíveis soluções para minimizar o problema do lixo marinho.

Lixo Marinho é abordado no Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO’2014)

Cartaz de divulgação do CBO'2014. © Comissão Organizadora do CBO'2014

Cartaz de divulgação do CBO’2014. © Comissão Organizadora do CBO’2014.

por Natalie Andreoli, da ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho
10 de novembro de 2014

Entre os dias 25 a 29 de outubro de 2014 foi realizado na cidade de Itajaí, Estado de Santa Catarina, Brasil, a sexta edição do Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO’2014), organizado pela Associação Brasileira de Oceanografia – AOCEANO em parceria com o Curso de Oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI.

Este é o evento técnico-científico mais importante na área das ciências do mar do Brasil e contou com a participação de aproximadamente 2.000 congressistas e uma diversificada programação, incluindo quatro conferências internacionais, 21 sessões temáticas, 14 palestras, 32 minicursos e a apresentação de 996 trabalhos científicos, nas formas de painéis e orais.

O lixo marinho esteve presente entre os diversos assuntos abordados no Congresso, tanto nas apresentações orais, como na forma de painéis. Foram apresentados os resultados obtidos em pesquisas científicas, como por exemplo, a interação de tartarugas marinhas com o lixo e seus efeitos prejudiciais, a geração e distribuição de lixo em praias turísticas. Veja mais abaixo a relação dos trabalhos que abordaram o tema lixo marinho.

Além disso, durante a palestra dos “Principais Resultados da Análise Integrada dos Projetos de Monitoramento de Praias Executados nas Bacias Potiguar, Sergipe-Alagoas e Campos-Espírito Santo”, feita pelo Professor Doutor Sérgio Rosso, do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), foram apresentados os principais achados necroscópicos evidenciando as principais causas de morte de animais marinhos. De acordo com os resultados apresentados, dos 17.619 registros de encalhes de mamíferos, aves e quelônios marinhos, ocorridos nas três Bacias desde 2010, as principais causas de morte foram devido a: interação com artefatos de pesca (0,54 registros/10 km); resíduos sólidos antropogênicos (0,35 registros/10 km); e afecção do trato intestinal (0,31 registros/10 km). Os resultados destes projetos fazem parte de condicionantes do licenciamento ambiental de obras da Petrobras e ainda não foram divulgados. De acordo com a empresa, para se ter acesso aos dados é necessário entrar em contato com a Coordenação-Geral de Petróleo e Gás – CGPEG do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A organização do CBO’2014 informou que no final deste mês os resumos apresentados no congresso estarão disponíveis para download no site www.cbo2014.com/site/.

Trabalhos científicos, nas formas de painéis e apresentações orais que abordaram o tema Lixo Marinho durante o CBO’2014:

Apresentações Orais

Oceanografia Biológica – Necton – Aves, Répteis e Mamíferos

1191. Interação de tartarugas marinhas com resíduos antropogênicos no litoral do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Katie Lima da Costa, Liana Rosa, Alexandre de Freitas Azevedo, José Lailson Brito Junior.

Gestão Ambiental

133. Praias turísticas do Rio Grande do Norte (Jenipabu, Ponta Negra e Pirangi): Caracterização do uso e impactos associados. Gabriela Pereira, Dina Ayara Araujo de Azevedo, Maria Christina Barbosa de Araujo.

Gestão Ambiental

134. Geração de resíduos em praias turísticas do Rio Grande do Norte (Jenipabu, Ponta Negra e Pirangi): Relação com o uso das praias. Gabriela Pereira, Dina Ayara Araujo de Azevedo, Ingrid Paulliany Bezerra Dantas, Maria Christina Barbosa de Araújo.

Painéis

Gestão Ambiental

362. A contribuição dos fragmentos plásticos na composição do lixo marinho nas praias de Salvador / BA. Thiago Brito, Gerson Fernandino, Carla Elliff.

Gestão Ambiental

365. Diagnóstico do estado de poluição por lixo marinho de praias do litoral da Bahia, Brasil. Gerson Fernandino, Carla Elliff, Kalena Ferraz, Poliana Guimarães, Mariana Vasconcelos.

Gestão Ambiental

830. Análise do lixo marinho na orla da Baía de Guanabara no município de Niterói. Amanda Paiva, Barbara Franz.

Gestão Ambiental

1177. Distribuição de lixo marinho na orla da Baía de Guanabara no município do Rio de Janeiro. Barbara Franz, Arlindo Leoni Hartz.

Educação Ambiental

668. O lixo na praia do Francês, Alagoas, Brasil. Conhecer para evitar. Elaine Martins Silva, Elíne Monteiro Calazans, Josinete da Silva de Liro, Cláudio l. S. Sampaio.

Oceanografia Química – Poluição

24. Variação sazonal, espacial e composicional de lixo nas praias de Boa Viagem, São Francisco, Charitas, Piratininga, Itacoatiara e Camboinhas, Niterói, RJ no ano de 2009. Rodrigo Alexandre de Sousa, Tadeu Albuquerque Cardoso da Cunha, Graciano Lourenço Fernandes Junior.

Oceanografia Química – Poluição

1166. Lixo marinho vamos reutilizar? Avaliação do potencial energético do lixo marinho da praia do Embrulho em Bombinhas (SC). Diulie Ane Tavares Carneiro, Camila Burigo Marin, Patricia Foes Scherer Costodio.

Oceanografia Biológica – Necton – Aves, Répteis e Mamífero

336. Ingestão de lixo por tetrápodes marinhos no litoral norte de Santa Catarina. Suelen Maria Beeck da Cunha, Renan Paitach, Tiago Ramos de Andrade, Mariana Flach, Marta Jussara Cremer.

Califórnia: Governador Brown assina legislação para proibir as sacolas plásticas de uso único

© Shutterstock.com

© Shutterstock.com

por Natalie Andreoli, da ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho
02 de outubro de 2014 | brasil@ablm.org.br

No início desta semana o estado da Califórnia deu um grande passo ao ser o primeiro a aprovar uma lei estadual que proíbe a distribuição de sacolas plásticas de uso único, a partir de julho de 2015. Além disso, a lei concede empréstimos a taxas competitivas para as empresas que passarem a fabricar sacolas reutilizáveis. Dessa forma, a questão levantada pelas indústrias de que existiriam impactos negativos nos empregos pode ser minimizada.

Esperamos que esta lei sirva de exemplo para outros estados americanos e para o Brasil.

Leia abaixo a reportagem na íntegra, publicada pelo Gabinete do Governador da Califórnia.

Pelo Gabinete do Governador da Califórnia, Edmund G. Brow Jr.
30 de Setembro de 2014
Traduzido por Natalie Andreoli, ABLM

SACRAMENTO – O governador Edmund G. Brown Jr. assinou hoje a primeira proibição estadual dos Estados Unidos de sacolas de plástico de uso único – a lei do Senado SB 270 – alinhando a lei estadual com Portarias já aprovadas por um grande número de governos locais da Califórnia, para reduzir os resíduos de plástico.

“Este projeto de lei é um passo na direção certa – ele reduz a enxurrada de plástico que polui nossas praias, parques e até mesmo o próprio imenso oceano”, disse o governador Brown. “Nós somos os primeiros a proibir essas sacolas e não seremos os últimos.”

A legislação, de autoria do senador Alex Padilla (Distrito de Pacoima), proíbe mercados e farmácias de distribuírem sacolas plásticas de uso único a partir de julho de 2015 e decreta a mesma proibição para lojas de conveniência e lojas de bebidas, no ano seguinte. A legislação também irá fornecer até 2 milhões de dólares em empréstimos competitivos – administrados pelo CalRecycle – para as empresas que fizerem a transição para a fabricação de sacolas reutilizáveis.

Até o momento, mais de 120 governos locais na Califórnia haviam aprovado Portarias que proíbem as sacolas de uso único sacos de alguma forma, com grande apoio da comunidade e grupos ambientalistas. A lei do Senado SB 270 é apoiada por muitos destes mesmos grupos, juntamente com os governos locais, empresas e organizações trabalhistas.

“Eu elogio a atitude do governador Brown em assinar a SB 270 e transformá-la em lei. Ele continua a liderar o nosso Estado em direção a um compromisso com a sustentabilidade. A sociedade descartável não é sustentável. Esta nova lei irá reduzir significativamente o fluxo de bilhões de sacolas de plástico de uso único que poluem nossas comunidades e prejudicam o meio ambiente a cada ano. Mudar de sacolas de plástico de uso único sacos para sacolas reutilizáveis é senso comum. A assinatura do governador Brown reflete o nosso compromisso de proteger o meio ambiente e reduzir os custos do governo”, disse o Senador Padilla.

“A costa da Califórnia é um tesouro nacional e um cartão de visita para o mundo, que nos ajuda a atrair visitantes e negócios de todo o mundo. Removendo a praga nociva das sacolas de plástico de uso único, especialmente ao longo da nossa costa e vias navegáveis, ajuda a garantir o tipo de ambiente limpo e saudável que precisamos para ter uma economia mais forte e um futuro melhor “, disse o Presidente da Assembleia Toni Atkins.

“A SB 270 é uma vitória para o meio ambiente e para os trabalhadores da Califórnia. Estamos acabando com a calamidade das sacolas de plástico de uso único e fechando o ciclo do fluxo de resíduos de plástico, e fazendo tudo isso mantendo – e ampliando – os empregos na Califórnia. À medida que desenvolvemos ainda mais a nossa economia verde, a SB 270 será um modelo para o equilíbrio da saúde do planeta com a preservação do modo de vida das pessoas”, disse o Presidente Interino eleito do Senado Kevin de Leόn, co-autor do projeto de lei.

“Para quase 10 milhões de californianos, a vida sem sacolas plásticas já é uma realidade. A proibição de sacolas reduz a poluição por plásticos e os resíduos, diminui os custos com sacolas em mercados e agora estamos vendo o crescimento do emprego na Califórnia, em instalações que produzem alternativas melhores”, disse Mark Murray, diretor-executivo da Californians Against Waste Foundation (“Fundação Californianos Contra Resíduos”).

“A Califórnia é o primeiro Estado nos EUA a proibir o item de consumo mais onipresente no planeta, em um esforço para impulsionar os consumidores para uma mudança de comportamento sustentável. Os dados de mais de 127 proibições locais de sacolas de plástico provou que as proibições são eficazes na redução de lixo e mudam as atitudes dos consumidores, e refutaram as alegações da indústria que existiriam impactos apocalípticos nos empregos e nas comunidades pobres. Uma proibição estadual de sacolas plásticas poupa os contribuintes da enorme quantidade de dinheiro que é gasta com a limpeza de lixo e protege o meio ambiente”, disse Leslie Tamminen, diretor da Clean Seas Coalition (“Coalizão Mares Limpos”) e Seventh Generation Advisors (“Conselheiros da Sétima Geração”).

“A SB 270 é uma grande vitória para toda a Califórnia. Temos visto localmente que as proibições de sacolas plásticas deixam a água mais limpa e saudável para a vida selvagem, mantendo o lixo fora de nossas praias e fora de nossos riachos. O sucesso das proibições de sacolas em nossas comunidades locais deu força aos legisladores estaduais a tomar a decisão certa para a saúde dos cursos d’água da Califórnia. A assinatura do governador Brown para esta proibição estadual é um momento importante para o nosso Estado, demonstrando que a Califórnia está novamente disposta a assumir a liderança em questões ambientais importantes”, disse David Lewis, o diretor-executivo da Save the Bay (“Salve a Baía”).

Para o texto completo do projeto de lei, visite: http://leginfo.ca.gov/bilinfo.html.

 

Ecossistemas marinhos: o depósito de lixo do nosso planeta

Agência Ambiental Europeia lança vídeo para alertar sobre o problema global do lixo marinho

por Natalie Andreoli, da Associação Brasileira do Lixo Marinho
23 de abril de 2014 | ablm-sc@globalgarbage.org.br

Tudo aquilo que jogamos no lixo pode acabar indo parar no mar. O conhecimento sobre este problema global está aumentando cada vez mais, não apenas em relação aos impactos sobre a vida marinha, mas também sobre a saúde humana e para a economia. Pensando em compartilhar as informações existentes até o momento, a European Environment Agency (EEA – Agência Ambiental Europeia) lançou o vídeo The waste dump of our planet – a look at Marine Litter (O depósito de lixo do nosso planeta – um olhar sobre o lixo marinho).

O vídeo é narrado por Constança Belchior, que trabalha na EEA, e inicia mostrando o rápido percurso de uma sacola plástica usada para transportar maçãs, até seu descarte na lata do lixo. Mas muitas vezes não é isso que acontece e a sacola pode acabar indo parar no rio ou no mar, sendo esta uma das razões pela qual os ecossistemas marinhos estão se tornando um depósito de lixo e a situação está ficando cada vez pior, prejudicando a vida marinha.

Não são apenas as sacolas plásticas que são ingeridas por animais, as garrafas plásticas, bitucas de cigarro, petrechos de pesca, embalagens e outros itens que estão entrando em nossos mares também estão causando danos à vida marinha. No vídeo é citado um estudo realizado no mar do Norte, com aves (Fulmar), que mostra que 95% dos animais estudados continham plástico em seus estômagos, sendo encontrados em média 35 pedaços por animal, podendo assim causar mortes. Além disso, a vida marinha pode, por exemplo, se emaranhar em pedaços de rede de nylon, e acabar sendo sufocada, estrangulada ou morta.

O vídeo enfatiza que o lixo nas praias é apenas o topo do iceberg, pois muito dele está em alto mar ou no fundo do mar. O mais surpreendente é que a maioria do lixo marinho não é proveniente de navios ou banhistas, mas sim originado em terra, às vezes em locais longe do litoral e que mesmo quando usamos sacolas plásticas por um curto período de tempo, os efeitos prejudiciais ao meio ambiente duram por um período bem maior. É feita uma comparação dizendo que se o plástico tivesse existido no período do Renascimento (final do século XIV, início do século XV), nós ainda estaríamos lidando com esse lixo plástico em nossos mares.

Em mais de 100 anos descartando o plástico, nós criamos um grande problema. Este lixo está se acumulando em cinco grande áreas em nossos oceanos. No Pacific Garbage Patch (Mancha de Lixo do Pacífico) o tamanho desse lixo flutuante é duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.

Então, no final das contas, para combater o lixo marinho temos que evitar que ele chege até nossos mares e isso começa com as escolhas que fazemos no nosso dia a dia. Para auxiliar nessas escolhas, o vídeo dá as seguintes dicas:

– Recuse-se a usar sacolas plásticas de uso único, ao invés disso, você pode usar uma sacola reutilizável;

– Evite embalagens plásticas ou garrafas plásticas de uso único;

– Seja voluntário para ajudar a limpar a praia ou monitorar o lixo nela;

– Na Europa, foi desenvolvido o aplicativo EEA mobile app em que você pode registrar o lixo que você encontra nas praias e isso pode ajudar a aprender mais sobre o problema.

Por fim a narradora menciona que aquilo que jogamos no mar pode prejudicar os seres humanos, pois o lixo marinho pode acumular substâncias tóxicas, os peixes podem ingerir este material e ao ingerirmos o peixe, ele pode conter essas minúsculas partículas tóxicas de plástico. Estamos apenas começando a entender este problema, mas ele pode ser muito grave.

Mundialmente existe uma grande quantidade de pessoas que está trabalhando para tentar resolver o problema do lixo marinho, como a Associação Brasileira do Lixo Marinho. Se você quiser ajudar a fazer parte da solução e conhecer mais sobre os projetos que estão em andamento, envie um e-mail para ablm@globalgarbage.org.br.

Animação mostra os impactos reais do lixo marinho

por Natalie Andreoli, da Associação Brasileira do Lixo Marinho
ablm-sc@globalgarbage.org.br

A animação Sources and impacts of marine litter (Fontes e impactos do lixo marinho), feita por Jane Lee, para o projeto MARLISCO (MARine Litter in Europe Seas: Social AwarenesS and CO-Responsibility) conseguiu, em menos de quatro minutos, resumir de forma bem didática as principais fontes de lixo marinho: aquele que é jogado no chão ou se dispersa no caminho até um aterro sanitário; os petrechos de pesca que são abandonados, perdidos ou descartados (PP-APD) no mar; a garrafa PET que se fragmenta em pedaços menores de plástico; o cotonete que é descartado no vaso sanitário; as microesferas de plástico que estão presentes em cremes dentais e que fluem pelos ralos; as máquinas de lavar que depositam microplásticos nos cursos d’água; os microplásticos que absorvem químicos tóxicos e que são ingeridos por animais e acabam indo parar no topo da cadeia alimentar.

O vídeo mostra ainda os 5 giros oceânicos, onde os plásticos tendem a acumular, devido à convergência de correntes oceânicas e os impactos reais causados pelo lixo marinho: à saúde e segurança humana, com riscos a navegação; impactos econômicos, tanto com a limpeza de praias, como gastos com manutenção de embarcações danificadas; ingestão de lixo e aprisionamento fatal em plásticos por animais marinhos.

O principal objetivo do projeto MARLISCO, que é financiado pela Comissão Europeia, é sensibilizar o público, facilitar o diálogo e promover a corresponsabilidade entre os diferentes atores, no sentido de estabelecer uma visão conjunta para a gestão sustentável do lixo marinho em todos os mares europeus.

Campanha internacional contra a utilização de microesferas de plástico em cosméticos

Saiba como fazer parte desta campanha

Nativa SPA Sabonete Cremoso Esfoliante Purificante Algas Marinhas O Boticário

Nativa SPA Sabonete Cremoso Esfoliante Purificante Algas Marinhas
O Boticário

Por Natalie Andreoli
ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho
24/01/2014

Em 2012 duas ONGs holandesas (Stichting de Noordzee e Plastic Soup Foundation) iniciaram uma campanha para eliminação dos plásticos em cosméticos. Como parte da campanha foi lançado o aplicativo “Beat the Microbead” (Combata as Microesferas) para smartphones, que é capaz de escanear o código de barras do produtos de higiene pessoal e verificar se eles contêm ou não microesferas de plástico.

Em outubro de 2013, com o apoio do UNEP – United Nations Environment Programme (PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e da ONG Fauna & Flora International (FFI) foi lançada uma versão internacional do aplicativo e no Brasil ele está em fase final de testes. Enquanto isso, é importante ampliar o banco de dados com os produtos que são comercializados no país, pois quanto maior o número de produtos cadastrados, mais opções de escolha o consumidor terá.

Para ajudar a ampliar a lista de produtos sua ajuda é fundamental! Para isso, envie fotos frente e verso (incluindo código de barras legível), para natalie.andreoli@globalgarbage.org.br, indicando no e-mail se o produto contém ou não microesferas.

As microesferas usadas em produtos de higiene pessoal são feitas principalmente de polyethylene (polietileno – PE), mas também podem ser feitas de polypropylene (polipropileno – PP), copolymer polyethyleen terephthalate (polietileno tereftalato – PET), polimetilmetacrilato (PMMA) e nylon.

Por enquanto estão sendo cadastrados apenas os seguintes tipos de produtos: 1. Esfoliantes / peelings; 2. Limpeza facial; 3. Ducha / banho; 4. Creme dental.

Para saber mais sobre a campanha acesse o site Beat the Microbead. Lá você encontra mais informações sobre evidências científicas, ONGs participantes, empresas que já se  comprometeram a parar de utilizar as microesferas e muito mais.

As organizações que tiverem interesse em participar da campanha podem entrar em contato pelo e-mail ablm@globalgarbage.org.br.

A ABLM conta com a sua ajuda!


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Exemplo de um creme dental que contém microesferas de plástico

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Oral-B 3D WHITE

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Fotos enviadas por um leitor do Portal do Lixo Marinho

Foto: André Branco

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Exemplo de foto com detalhe do código de barras do produto. Foto: André Branco

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Exemplo de foto com detalhe dos ingredientes, evidenciando a presença de Polyethylene. Foto: André Branco

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Exemplo de um sabonete esfoliante que contém microesferas de plástico

http://www.boticario.com.br/Nativa-SPA-Sabonete-Esfoliante-Verbena—Aloe-Vera-200g-15871/p

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Fotos enviadas por uma leitora do Portal do Lixo Marinho

Exemplo de foto do verso do produto. Foto: Patrícia Louro

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Exemplo de foto com detalhe dos ingredientes, evidenciando a presença de Polyethylene. Foto: Patrícia Louro

Exemplo de foto com detalhe dos ingredientes, evidenciando a presença de Polyethylene. Foto: Patrícia Louro

Exemplo de foto com detalhe do código de barras do produto. Foto: Patrícia Louro

Exemplo de foto com detalhe do código de barras do produto. Foto: Patrícia Louro


Marine Pollution Bulletin

Murray R. Gregory, Plastic ‘scrubbers’ in hand cleansers: a further (and minor) source for marine pollution identified, Marine Pollution Bulletin, Volume 32, Issue 12, December 1996, Pages 867-871, ISSN 0025-326X, http://dx.doi.org/10.1016/S0025-326X(96)00047-1.
(http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0025326X96000471)
Abstract: Small, inconspicuous fragments of plastic, generally < 0.5 mm across (i.e. microlitter) derived from some hand cleaners and cosmetic preparations, and also used with some airblast cleaning media, are an unusual addition to post-consumer waste entering marine waters. The environmental significance of this material is unknown, but here is a further example of the intrusion of anthropogenic waste of dubious value into marine ecosystems. It could impact sea-surface microlayer ecosystems and the meiofauna of intertidal sediments. It is also speculated that these finely granulated plastics, once dispersed through the oceanic water column, could prejudice the results of some ambitious particulate carbon flux experiments as well as interfere with elemental and mineralogic composition analyses of suspended particles. They may also warrant attention when determining heavy metal concentrations in contaminated fine-grained sediments of estuarine and harbour environments.

Lisa S. Fendall, Mary A. Sewell, Contributing to marine pollution by washing your face: Microplastics in facial cleansers, Marine Pollution Bulletin, Volume 58, Issue 8, August 2009, Pages 1225-1228, ISSN 0025-326X, http://dx.doi.org/10.1016/j.marpolbul.2009.04.025.
(http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0025326X09001799)
Abstract: Plastics pollution in the ocean is an area of growing concern, with research efforts focusing on both the macroplastic (>5 mm) and microplastic (<5 mm) fractions. In the 1990s it was recognized that a minor source of microplastic pollution was derived from liquid hand-cleansers that would have been rarely used by the average consumer. In 2009, however, the average consumer is likely to be using microplastic-containing products on a daily basis, as the majority of facial cleansers now contain polyethylene microplastics which are not captured by wastewater plants and will enter the oceans. Four microplastic-containing facial cleansers available in New Zealand supermarkets were used to quantify the size of the polythelene fragments. Three-quarters of the brands had a modal size of <100 microns and could be immediately ingested by planktonic organisms at the base of the food chain. Over time the microplastics will be subject to UV-degradation and absorb hydrophobic materials such as PCBs, making them smaller and more toxic in the long-term. Marine scientists need to educate the public to the dangers of using products that pose an immediate and long-term threat to the health of the oceans and the food we eat.
Keywords: Microplastic; Facial cleanser; Ocean pollution; Food chain; Toxic contaminants

Marcus Eriksen, Sherri Mason, Stiv Wilson, Carolyn Box, Ann Zellers, William Edwards, Hannah Farley, Stephen Amato, Microplastic pollution in the surface waters of the Laurentian Great Lakes, Marine Pollution Bulletin, Volume 77, Issues 1–2, 15 December 2013, Pages 177-182, ISSN 0025-326X, http://dx.doi.org/10.1016/j.marpolbul.2013.10.007.
(http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0025326X13006097)
Abstract: Neuston samples were collected at 21 stations during an ∼700 nautical mile (∼1300 km) expedition in July 2012 in the Laurentian Great Lakes of the United States using a 333 μm mesh manta trawl and analyzed for plastic debris. Although the average abundance was approximately 43,000 microplastic particles/km2, station 20, downstream from two major cities, contained over 466,000 particles/km2, greater than all other stations combined. SEM analysis determined nearly 20% of particles less than 1 mm, which were initially identified as microplastic by visual observation, were aluminum silicate from coal ash. Many microplastic particles were multi-colored spheres, which were compared to, and are suspected to be, microbeads from consumer products containing microplastic particles of similar size, shape, texture and composition. The presence of microplastics and coal ash in these surface samples, which were most abundant where lake currents converge, are likely from nearby urban effluent and coal burning power plants.
Keywords: Plastic pollution; Marine debris; Great Lakes; Microplastic; Microbeads