“Operação Extremo Sul” retira de circulação embarcação pirata que atuava no mar territorial

Foto: Fiscalização/Ibama

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por Ascom Ibama/RS

Rio Grande (02/12/2014) – No encerramento das ações da “Operação Extremo Sul”, que contabilizou de 14 a 28/11 um total de 37 autos de infração e R$ 3 milhões em multas, a fiscalização conjunta do Ibama e do 1º Batalhão Ambiental da Brigada Militar do RS retirou de operação um barco de pesca oceânica que atuava de forma totalmente clandestina.

A embarcação Vô Rosa I, de Itajaí/SC, equipada para pesca de espinhel horizontal (de fundo) e com capacidade para até 30 ton de pescado em seus porões, não está regular no Programa de rastreamento por satélite obrigatório – o último registro no sistema PREPS data de 26/11/2013, não havendo nenhum documento da tripulação a bordo, e o permissionamento do Ministério da Pesca e Aquicultura encontra-se vencido desde 2012. Além disso, o armador responsável e sua tripulação confessaram ter realizado pelo menos duas viagens de pesca nos últimos três meses, tendo desembarcado na mais recente pelo menos sete toneladas de pargo, abrótea, batata, namorado, congrio e outras espécies.

A inspeção naval realizada pela Capitania dos Portos de Rio Grande também identificou irregularidades nas condições de segurança para navegação, estando fora da validade os extintores de incêndio e a balsa salva-vidas. Foram lavrados seis autos de infração contra o armador e a tripulação, num total de R$ 246.500,00, sendo o barco, os petrechos e os equipamentos de navegação apreendidos, e 1,5 ton de isca (sardinha) destruída devido ao perecimento iminente.

De acordo com a equipe de fiscalização da unidade, este tipo de infrator é um dos alvos prioritários das ações de inteligência em Rio Grande, pois, além de estar envolvido com outros elementos de ilicitude nesta cadeia produtiva, torna muito difícil estimar a extensão dos grandes danos causados por sua atuação devido à ausência de qualquer registro das pescarias. A oportunidade de tirar de circulação este “pirata” da Amazônia Azul vinha sendo analisada há pelo menos um ano e coroa com êxito a operação.


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Conferência Livre de Meio Ambiente discute Resíduos Marinhos

O evento ocorreu na Escola Municipal José Carlos Teixeira, situada no Mosqueiro, em Aracaju e reuniu pescadores, marisqueiros, professores, universitários, estudantes e membros vinculados a temática ambiente

© Global Garbage Brasil

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Bilhões de toneladas de resíduos sólidos chegam aos oceanos todos os anos. Em comemoração ao Dia Mundial dos Oceanos, celebrado no dia 8 de junho, e em função da eminente necessidade de ações mitigadoras e corretivas em relação a este problema da poluição marinha, a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Sergipe (Semarh) realizou no último sábado, 8, a primeira Conferência Livre de Meio Ambiente sobre Resíduos Sólidos Marinhos.

O evento que ocorreu na Escola Municipal de Ensino Fundamental José Carlos Teixeira, localizada no Mosqueiro, Zona Sul da capital sergipana, e reuniu pescadores, marisqueiros, integrantes da Marinha de Sergipe, da Universidade Federal de Sergipe, do Ibama/SE, Prefeitura Municipal de Aracaju, professores, universitários, estudantes, entre outros segmentos da sociedade civil.

A abertura da Conferência Livre foi prestigiada com a apresentação de palestra sobre a Redução de Impactos Ambientais do Lixo Marinho, proferida pelo técnico do Ibama, Edmilson Maturana. Em sua explanação, o técnico do Ibama destacou que a poluição por resíduos marinhos, segundo a lei federal 6938/1981, é resultante de atividades que direta ou indiretamente afetem desfavoravelmente a biota, as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente, e do lançamento de matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.

Citou que são principais fontes de resíduos que chegam aos oceanos por meio de aterros localizados em regiões costeiras, pelo transporte (em terra ou em vias navegáveis, pelas descargas de águas pluviais e de esgoto, por escoamentos via corpos d´água em geral, pelos sistemas de gestão de resíduos ineficientes, indústrias, pelas atividades agrícolas e portuárias, pelo próprio turismo e por eventos naturais.

© Global Garbage Brasil

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Edmilson Muturana encerra sua contribuição na conferência apresentando parecer técnico produzido pelo Ibama diante de relatório da produção e perfuração marítima em plataforma em Sergipe, onde destacou que os resíduos produzidos nas operações que vão desde o lixo comum aos resíduos infecto-contagioso, têm destinos finais de descartes em outras Estados como Alagoas, Pernambuco e Minas Gerais. “Os contaminados e infecto-contagioso vão para Alagoas e as lâmpadas fluorescentes para Minas Gerais. Seria interessante que esses resíduos tivessem o destino final em nosso próprio Estado”, sugeriu Edmilson Maturana.

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, todo tipo de resíduo pode vir a se tonar lixo marinho. O desafio de lidar com a questão, que é ambiental, econômica, estética e de saúde pública, torna-se bastante complexo na medida em que exige o envolvimento de diferentes segmentos da sociedade para buscar soluções integradas.

Os resíduos encontrados em áreas marinhas e costeiras, em sua maioria, são compostos por materiais sintéticos, com destaque para os plásticos que apresentam alta resistência e durabilidade, podendo fragmentar-se e permanecer por longos períodos no ambiente, funcionando como meio de transporte ou fonte de contaminantes químicos.

“Durante pesca encontro garrafas pet, copos descartáveis, isopor, e nas margens dos rios sofá, pneus, lâmpadas entre outros objetos”, conta o pescador da Colônia Z1, da capital sergipana, Arnaldo Santos Menezes Júnior.

© Global Garbage Brasil

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Segundo ainda detalhou, muitas Colônias de Pescadores do Estado, a exemplo da de Laranjeiras e a de Propriá, fazem orientações à comunidade por meio de campanha de limpeza dos rios. “Se o rio continuar a vir sendo poluído, muitos pescadores padecerão juntos com os peixes, pois muitos de nós sobrevivemos do que retiramos da pesca. Já vi muitos peixes mortos por falta de oxigênio da água. Mortos por causa da poluição, dos despejos que vem de indústrias e também, do próprio lixo da população”, lamentou o pescador.

Uma vez introduzidos nos ambientes marinhos e costeiros, os resíduos causam danos significativos aos animais, seja por enredamento, ingestão de plásticos por invertebrados, peixes, aves tartarugas e mamíferos marinhos ou pela introdução de espécies exóticas transportadas por lixo flutuante.

Presidente da Colônia de Pescadores Z9, do município de Itaporanga D’Ajuda, dona Maria Suzanete dos Santos, lamenta a situação da poluição aos rios do seu município e vê a conferência livre como um espaço para mitigar os impactos dos resíduos sólidos aos rios.

“O Xinduba, Tibuca, o Pindu. Todos os rios do município são alvos de poluição de várias fontes e até do turismo. Se fazem obras próximas aos rios, lá mesmos deixam restos de material de construção. Lançam garrafas pet, deixam plásticos de bolsas e copos, é um tremendo descaso com os rios”, lamentou a presidente.

Para Matos, o sub-oficial da Marinha, a presença do órgão na conferência sobre os resíduos marinhos é importante por fortalecer as orientações de segurança e formação profissional à comunidade marinha.

© Global Garbage Brasil

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Eixos

Durante a Conferência Livre sobre os Resíduos Marinhos os participantes tiveram a oportunidade de participar de dois eixos norteadores das discussões: Redução de Impactos Ambientais e o de Educação Ambiental.

A conferência livre faz parte das etapas preparatórias para a 4ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, a qual virá debater, no período de 24 a 27 de outubro, em Brasília, a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O debate proposto, auxiliado pelos quatro eixos temáticos: Produção e Consumo Sustentável, Redução dos Impactos Ambientais, Geração de Emprego e Renda e Educação Ambiental, está baseado no conceito da Responsabilidade Compartilhada. Cada setor da sociedade tem atribuições e papéis a fim de solucionar ou mitigar problemas relacionados aos resíduos sólidos.

Exposição

Para fortalecer a importância da preservação aos ambientes costeiros e o ecossistema, a Universidade Federal de Sergipe levou para a Conferência Livre a uma exposição sobre os Manguezais de Sergipe.

Na exposição era possível encontrar espécies da fauna e da flora do manguezal, além mesmo, de espécies do oceano, a exemplo do Cavalo Marinho.

A I Conferência Livre de Meio Ambiente sobre os Resíduos Marinhos foi preparada a pela Comissão Interna da 4ª Conferência Estadual de Meio Ambiente-formada por um grupo de técnicos da Semarh e coordenada e conduzida pela superintendente de Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, Fátima Maynard e pela coordenadora executiva das conferências de Meio Ambiente em Sergipe, Vera Cardoso, ambas da Semarh. A conferência contou ainda com o apoio da Comissão Organizadora Estadual da Conferência Estadual do Meio Ambiente.

4ª Conferência

Divididas em etapas Municipais, Regionais e Estadual, as conferências irão ocorrer em Sergipe até o dia 03 de setembro, quando se encerra o ciclo de conferências no Estado. Sergipe teve 67% de adesão dos municípios para realização das conferências municipais de Meio Ambiente, e nesta manhã, chegou a vez do município de Estância realizar a 4ª Conferência Municipal do Meio Ambiente.

Confira as imagens da I Conferência Livre de Meio Ambiente sobre os Resíduos Marinhos

Aracaju, 10 de Junho de 2013| 14:25
Agência Sergipe de Notícias