Lixo e esgoto irregular poluem praias de Salvador

Mancha, aparentando ser esgoto, afugentou banhistas em Patamares, em março passado. © Raul Spinassé | Ag. A TARDE | 05.03.2013

Mancha, aparentando ser esgoto, afugentou banhistas em Patamares, em março passado. © Raul Spinassé | Ag. A TARDE | 05.03.2013

Flávia Faria
Portal A TARDE

Lixo jogado nas ruas e ligação irregular de esgoto à rede pluvial. São esses os principais responsáveis pela poluição das praias de Salvador e região metropolitana.

Segundo relatório do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema) divulgado na última sexta-feira, 20, das 34 praias analisadas não apresentavam condições para banho. A praia mais famosa da cidade, o Porto da Barra, é uma delas.

No mesmo período do ano passado (segunda semana de novembro), eram 15 os locais inadequados para os banhistas. O Porto, porém, não estava incluso.

O levantamento analisa a água das últimas cinco semanas e determina como impróprios os locais em que ao menos 20% das amostras apresentam alta concentração de coliformes.

De acordo com Eduardo Topázio, coordenador de monitoramento do Inema, é comum que, em períodos chuvosos, mais praias tenham problemas em relação à balneabilidade.

Isso  porque  boa parte do lixo das ruas escorre com a água da chuva para o sistema de drenagem pluvial, despejado nas praias.

Além disso, segundo conta o engenheiro civil e professor da Universidade Católica do Salvador (Ucsal), Edgarde Cerqueira, são muitas as construções irregulares cujo esgoto é despejado na rede de coleta da água da chuva.

“Quando não chove, é feita a chamada captação de tempo seco: a água de córregos e manilhas de drenagem é desviada para estações de tratamento. Em dias de chuva, porém, corre tudo para a praia”, explicou.

Zona nobre

Isso não acontece apenas nas zonas mais pobres, onde são muitas as construções realizadas de maneira irregular.

Cerqueira, que durante muitos anos prestou serviços à Embasa, explica que em locais nobres, como Pituba, Graça e Itapuã, ainda há prédios e condomínios relativamente antigos que não têm ligação à rede de esgoto.

“Antigamente se usavam fossas, mas elas saturaram e muitos ligaram à rede pluvial. Até hoje, muitos síndicos, por desconhecimento, não fizeram a ligação à rede”, disse.

Segundo dados divulgados pela Embasa, 81% da cidade é coberta pela rede de esgoto. São 450.613 ligações domiciliares.

Confira a localização exata das praias impróprias

Periperi (atrás da estação Férrea)
Penha (em frente à Igreja N. S. da Penha)
Bogari (em frente ao Colégio João Florêncio Gomes)
Pedra Furada (atrás do Hospital Sagrada Família)
Roma (atrás do Hospital São Jorge), Canta Galo (atrás da antiga fabrica da Brahma, atual FIB)
Porto da Barra (em frente à Rua Cezar Zama)
Ondina (em frente ao posto Shell)
Rio Vermelho (em frente à Rua Bartolomeu de Gusmão e em frente à Igreja N. S. Santana)
Amaralina (em frente à Escola Cupertino de Lacerda e em frente ao Edifício Atlântico),
Pituba (em frente à Rua Paraíba, próximo ao Ki-Mukeka e atrás do antigo Clube Português)
Armação (em frente ao Clube Inter. Pass)
Boca do Rio (em frente ao Posto Salva Vidas), Corsário (em frente ao Posto Salva Vidas e em frente ao Posto Salva Vidas Patamares)
Itapuã (em frente à Sereia de Itapuã) e Buraquinho (em frente à barraca de praia Chalé)

Ter , 12/11/2013 às 08:40
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