Revelando os custos ocultos da limpeza do lixo aos californianos

Plastic debris, washed off the city streets of Los Angeles, gathers at the mouth of the Los Angeles River. (Rick Loomis / Los Angeles Times)
Leila Monroe
Natural Resources Defense Council
Traduzido por Mariana Coutinho Hennemann, Global Garbage Brasil
Lixo pode ser uma questão pessoal. Para alguns, o choque de ver leões marinhos mastigando sacolas plásticas estimula a se voluntariar para limpezas de praias. Para outros, a importância de manter nossos cursos d’água limpos atinge seus lares quando membros da família ficam doentes após nadarem em uma praia contaminada. Mas para muitos, garrafas de refrigerantes, embalagens de alimentos e bitucas de cigarro são apenas porções de sujeira que atingem as ruas e são levadas pelas águas, esquecidas. Entretanto, esses resíduos não simplesmente desaparecem, e são muito caros para limpar. Como revelado em um novo relatório produzido em nome do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais (Natural Resources Defense Council) pela Kier Associados, as cidades, municípios e cidadãos da Califórnia estão arcando com 428 bilhões de dólares por ano em custos para prevenir que o lixo se torne poluição, que prejudica o meio ambiente, o turismo e outras atividades econômicas.
O novo relatório mostra os custos, para 95 comunidades da Califórnia, de atividades para redução do lixo, tais como varredura de ruas, manutenção das redes pluviais e limpezas de praias. O estudo se baseia em dados coletados em dois estudos anteriores da EPA (Environmental Protection Agency – Agência de Proteção Ambiental americana), e sintetiza dados adicionais solicitados de dezenas de cidades da Califórnia. A Kier Associados descobriu que, independente do tamanho, as comunidades californianas estão gastando uma porção significativa de seus orçamentos anuais para combater e limpar o lixo, e evitar que ele acabe nos rios, lagos, canais e mares do estado.
Comunidades da Califórnia que estão lutando para pagar escolas, bombeiros e outros serviços municipais essenciais, também estão sendo sobrecarregadas com os custos de prevenir que o lixo se torne poluição nos preciosos cursos d’água do estado. Para reduzir essa carga financeira, a melhor conduta, em primeiro lugar, é fazer com que os produtos parem de virar lixo, através do aumento das taxas de reciclagem e da redução do uso de itens plásticos descartáveis, como sacolas e copos plásticos, que facilmente “escapam” para o ambiente.
O estado da Califórnia precisa continuar avançando na redução das fontes de origem e na melhoria da reciclagem. Nós precisamos que os fabricantes de embalagens baratas e descartáveis de plástico, que constituem a maior e mais prejudicial quantidade de lixo, assumam sua cota de responsabilidade pela gestão do ciclo de vida de seus produtos. Isso deveria incluir o fornecimento de apoio às comunidades da Califórnia com a implementação de planos de Cargas Máximas Diárias Totais (Total Maximum Daily Load – TMDL) e a implementação de requisitos para licenciamento de Sistemas de Águas Pluviais Municipais Separados (Municipal Separate Storm Sewer System – MS4). As TMDL do condado de Los Angeles, por exemplo, exigem que as cidades do sul da Califórnia que descarregam no rio, reduzam sua contribuição de lixo em 10% por ano, por um período de 10 anos, com um objetivo de lixo zero em 2015.
Isso irá distribuir mais razoavelmente o fardo financeiro e logístico da sempre crescente quantidade de lixo plástico entre governos locais, cidadãos e fabricantes de plásticos. Esse sistema razoável criaria incentivos para produtores desenvolverem produtos e embalagens mais seguros e com menor potencial de desperdício. E o aumento da reciclagem irá criar empregos, ao mesmo tempo em que protege a saúde e a beleza das preciosas áreas costeiras e cursos d’água da Califórnia.
atualizado em 7/10/2013