ABLM participa da 23ª Travessia da Ilha do Campeche em Florianópolis

Organizadores das ações socioambientais realizadas durante a 23a travessia da Ilha do Campeche.

Organizadores das ações socioambientais realizadas durante a 23a travessia da Ilha do Campeche.

por Natalie Andreoli, da ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho
16 de março de 2015

A 23ª Travessia da Ilha do Campeche, evento tradicional em Florianópolis, SC, organizado pela academia Sotália Sports, contou com a participação de mais de 200 atletas neste último sábado. Enquanto os atletas realizavam a prova, diversas ações socioambientais foram realizadas nas areias da Praia do Campeche.

A ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho, juntamente com a Sotália Socioambiental, Programa Bandeira Azul e Projeto Lontra organizaram um mutirão de 15 minutos, com foco no microlixo.

O mutirão teve a participação de 79 pessoas, incluindo adultos e crianças, além da participação dos organizadores do evento e ecovoluntários do Projeto Lontra. O total de lixo marinho retirado da praia do Campeche foi de 1.550 bitucas de cigarro, 150 litros de plástico, 50 litros de metal, 30 litros de papel e 150 litros de rejeitos.

A destinação correta dos resíduos coletados na praia e gerados durante o evento (aproximadamente 23 Kg de recicláveis e 100 Kg de orgânicos) foi feita pela empresa Oeko.

Enquanto a ABLM, Programa Bandeira Azul e voluntários do Projeto Lontra faziam a triagem e contabilização do lixo marinho coletado, alguns integrantes do Projeto Lontra realizaram uma oficina com crianças ensinando a montar um peixe a partir de uma garrafa PET.

Além disso, durante o evento esteve presente a Caule Eco.lógicos, fazendo demonstração de produtos cosméticos que não agridem o meio ambiente, incluindo o creme dental Contente Orgânico, que não contém microesferas de plástico em sua composição. Os autores Alex Eckshmidt e Eduardo Beskow também falaram sobre o seu livro “Sustentabilidade para todos – Faça a sua parte!”, que foi sorteado entre os participantes do mutirão. O Programa Bandeira Azul distribuiu material informativo sobre conduta consciente nas praias.

O problema do lixo marinho é global e o Brasil também contribui para o problema. Em um estudo publicado recentemente na revista Science (Plastic waste inputs from land into the ocean) estimou-se que 4,8 à 12,7 milhões de toneladas de lixo plástico entraram nos oceanos em 2010 e o Brasil foi um dos 20 países responsáveis por 83% desse valor. Portanto, ações de educação ambiental como esta sensibilizam os frequentadores de praia e são uma das possíveis soluções para minimizar o problema do lixo marinho.

Lixo nos mares e oceanos: uma tragédia ambiental crescente, sem fronteiras e sem controle

Greenpeace ©, Carè ©/Marine Photobank

Greenpeace ©, Carè ©/Marine Photobank

por Sandro Ari Andrade de Miranda, do Sul21
27/jan/2015, 9h00min

Os números são assustadores: por dia são encontradas, em média, seis tartarugas marinhas mortas na praia do Cassino, em Rio Grande/RS. Conforme dados do “Projeto Tartarugas no Mar”, em novembro de 2014 foram encontradas 124 tartarugas mortas desde o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, em Tavares, até as praias de Chuí, na fronteira com o Uruguai. Um mês depois, este número subiu para absurdos 226 animais. Ainda segundo dados dos pesquisadores, 85% das tartarugas encontradas mortas no litoral gaúcho apresentam lixo descartado por seres humanos no estômago.

O cenário identificado em Rio Grande não é uma exclusividade da cidade gaúcha. Em todo o território nacional, aliás, em todo o planeta, é crescente a morte de espécies marinhas pela ação predatória do homem, seja pela pesca ou caça descontrolada, ou pela poluição e lançamento de efluentes e resíduos sólidos nos mares e oceanos.

Assim, não apenas tartarugas, como golfinhos, baleias, toninhas, focas, leões marinhos, e todos os tipos de peixes e aves marinhas, são diariamente vitimados pelas alterações das condições de saneamento das águas ou pelo consumo de lixo. Aqui não falo de desastres ambientais como o do navio Ger-Maersk, no Rio Elba, mas de um descarte contínuo de material poluente nos oceanos, capaz de criar verdadeiras ilhas de lixo em regiões como a costa oeste dos Estados Unidos e do Canadá e outras regiões do Oceano Pacífico.

Em 2008 foram encontrados 134 tipos de materiais de pesca no estômago de duas baleias da espécie cachalote no litoral norte-americano. Uma baleia, da espécie Cuvier, encalhou no litoral da França com 30 quilos de plástico no estômago. Calcula-se que 250.000 aves são vítimas de intoxicação por hidrocarbonetos anualmente na Grã-Bretanha.

Aliás, os plásticos e os metais, pela demora na dissolução, são os maiores causadores de mortes, lesões e ferimentos de espécies marinhas, tema este que já foi objeto de alerta pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, no ano de 2011. O crescimento constante do uso de plástico e o baixíssimo índice mundial de reciclagem do material, apenas contribuem para o aumento do problema.

Outro exemplo de desequilíbrio ambiental que tem sido observado diariamente, especialmente na época de veraneio, é o aumento de medusas, caravelas, águas-vivas e outras formas de cnidários nas praias, situação esta que é determinada pelo crescimento na reprodução destas espécies em razão da elevação da acidez das águas oceânicas, e pela morte indiscriminada dos seus principais predadores, notadamente de tubarões.

Mas de onde vem essa degradação ambiental? Existem pelo menos quatro grandes causadores da poluição no mar por lixo: o depósito inadequado de resíduos urbanos; a atividade desregrada de turistas no veraneio; o descarte deliberado de resíduos pelo mercado industrial e por alguns países para fugir das regras de controle de resíduos; o lançamento de resíduos pela navegação comercial e turística.

Começamos pelo mais evidente, que é a gestão inadequada dos resíduos urbanos. Não é preciso ser um grande mestre em geografia para verificar que a grande maioria grandes metrópoles planetárias está próxima ou do litoral ou de cursos d’água. Este modelo de ocupação tem uma determinante histórica importante que é a facilidade de comunicação e, por via de consequência, de comércio.

Os mares, rios e oceanos sempre foram os grandes meios de locomoção internacional no passado e, ainda hoje, em diversas regiões, preservam tal característica. Por esta razão, as grandes cidades foram erigidas no litoral ou próximo dele, mas quase nunca estabelecendo uma relação equilibrada com a natureza.

Pois os mesmos rios, lagos e lagoas que no passado conduziam embarcações, hoje carregam milhões de toneladas de efluentes domésticos e industriais, e de resíduos sólidos para os mares e oceanos. Quando este material poluente chega às áreas estuarinas da costa, acaba se juntando com os resíduos descartados pelos moradores das cidades litorâneas, criando um verdadeiro desastre ambiental.

O lixão de “Fresh Kills”, em Nova York, por exemplo, nos limites da cidade com o Oceano Atlântico, antes do seu fechamento e início da recuperação em 2001, possuía montanhas com 50 m de altura, formadas apenas por resíduos sólidos. Conforme relato de Lester Brown, o antes o maior lixão do mundo chegou a receber, diariamente, mais de 550 caçambas reboque contendo apenas lixo, formando um comboio de 14 km na entrada do depósito, o que demonstra o tamanho do problema.

Mas se “Fresh Kills” já apresenta caminhos para a solução, o mesmo não ocorre com a imensa barreira de resíduos sólidos formada no Oceano Pacífico, entre o Havaí e a costa da Califórnia. O “Lixão do Pacífico” é o maior depósito de resíduos ilegal e a céu aberto do mundo na atualidade, ocupando uma área 1,2 milhão de quilômetros quadrados, numa linha de 1,5 mil Km, com pedações de plásticos, metais e outros detritos. Para dar uma dimensão do problema, a área ocupada pelo depósito de lixo entre a Ásia e os Estados Unidos corresponde a 15% do território brasileiro.

Apesar da natural dispersão do lixo nas ondas do oceano, o que não diminui o impacto da tragédia, já é possível observar a consolidação da barreira por imagens de satélite. A grande maioria dos resíduos dessa região é lançada nos cursos hídricos pelas redes de drenagem pluvial das cidades, pelos aterros e lixões construídos na costa, e pelas embarcações. Aliás, o peso do descarte ilegal de resíduos no mar por embarcações é algo que não pode ser desconsiderado e, novamente, o caso de Nova York volta a ser exemplo.

Durante a gestão de Michel Bloomberg na maior cidade norte-americana foi proposta a redução das despesas públicas com a reciclagem de metais, vidros e plásticos. A alegação do dirigente nova-iorquino era de que a medida permitiria uma economia orçamentária e a transferência de recursos para outras áreas, como segurança pública. Ocorre que muitos desconfiam da existência de outras motivações para a proposta, lembrando que a Revista Forbes considera Bloomberg como um dos 20 homens mais ricos do mundo.

Na verdade, todos os indicadores demonstram que a gestão seletiva de resíduos sólidos e a reciclagem destes materiais, além dos benefícios ambientais, apontam para uma redução da despesa pública num prazo não muito longo, especialmente com o aumento da capacidade de suporte dos aterros, com a economia de energia e água, e com a geração de outras atividades econômicas. Infelizmente, esses números não satisfazem os profetas do neoliberalismo, do ajuste fiscal e do corte dos investimentos do estado nos serviços públicos, como observamos diariamente na mídia.

Logo, não é por acaso que enfrentamos diariamente uma tragédia ambiental em diversos cantos do planeta na gestão de resíduos sólidos, fruto, especialmente, nos vários anos de pregação do pensamento neoliberal em vários cantos do planeta.

No Brasil, por exemplo, os investimentos em saneamento somente foram retomados com o Plano de Aceleração do Crescimento, na segunda metade da década passada. Durante todo período composto pelas décadas de oitenta e noventa do século XX, as políticas de saneamento no país viveram à mingua. Foi o período de domínio da ideologia neoliberal e da pregação do ajuste fiscal, cujo resultado mais evidente é a verdadeira catástrofe ambiental em que se caracteriza a crise da água no Estado de São Paulo.

Depois de 16 anos de governo tucano, sem uma política de investimentos descente no campo do saneamento ambiental, a maior zona metropolitana do Brasil vive torturada pela falta d’água. As soluções apresentadas pelo governo de Geraldo Alckmin para combater a seca são a demonstração clara de falta de preocupação com os resultados futuros e de má gestão do saneamento.

Se num primeiro momento os sucessivos governos do PSDB não investiram um centavo na melhoria das redes de captação, na recuperação de mananciais hídricos e outras soluções para o problema no abastecimento, quando a seca bateu na porta resolveram apelar para a irresponsabilidade e para o populismo.

A primeira medida lamentável foi esconder o racionamento de água para não enfrentar a crítica eleitoral, a segunda foi a utilização da reserva do chamado “volume morto”. Ora, qualquer aprendiz de física sabe que a reflexão dos raios solares pelos cursos d’água contribui para combater a seca e diminuir a temperatura. Quando o governo Alckmin atacou o “volume morto” das fontes de captação, além de gastar mais com o tratamento de água, também diminuiu a umidade das bacias e a reflexão dos raios solares, resultando numa elevação da temperatura. Quanto maior a temperatura, maior a evaporação. E quanto maior a evaporação, maior a seca e, assim, um ciclo sem fim.

Mas o que ocorre em São Paulo atingiu em maior ou menor escala todos os países que adotaram o receituário neoliberal e a cantilena do ajuste fiscal. O dinheiro que poderia ter sido utilizado para melhorar a gestão do saneamento das cidades, acabou sendo drenado para o sistema financeiro, para o pagamento de juros, enriquecendo um número insignificante de pessoas.

Enquanto os barões da bolsa enriqueciam, bilhões de pessoas passaram a conviver com a falta de saneamento e com os efeitos nefastos de uma crise ambiental, crise esta que já era conhecida por todos os governos na década de sessenta do século passado.

O corte de recursos, além de diminuir os investimentos em políticas de saneamento e educação ambiental, também diminuiu a capacidade do poder público de fiscalizar a poluição, na medida em que ficou impedido de investir sistemas e tecnologias mais avançadas para o controle ambiental.

Algumas das soluções encontradas para enfrentar a falta de recursos foram orientadas pelo oportunismo e pela irresponsabilidade, sendo um exemplo comum o descarte de lixo no mar. Muitos governantes ainda pensam que os mares e os oceanos são “terra de ninguém”, e contam com a impessoalidade das marés para não identificar os causadores dos danos. O resultado pode ser visto ao longo das praias, em todas as costas, em todos os países: lixo, morte, doenças, destruição…

O último elemento para a tragédia dos mares é difuso e responsabilidade de todos, que é manter a limpeza das ruas, dos cursos d’água, das redes de escoamento e das praias. Todas as vezes que uma pessoa resolve lançar um pedaço de papel na rua, uma garrafa pela janela do carro, ou esconder o lixo num montinho de areia na praia, está contribuindo para a destruição do ambiente e para formar lixões como o do Havaí-Califórnia.

O resultado da ação poluidora humana está promovendo a contaminação das águas, do solo, da areia das praias, um “verdadeiro genocídio” de espécies aquáticas, além do aumento da fome e do desemprego das comunidades pesqueiras.

Portanto, poluir os mares e os oceanos é muito mais do que uma conduta inconsequente. É um crime contra o ambiente, contra as outras espécies, contra a humanidade e as gerações futuras.

Sandro Ari Andrade de Miranda é advogado e mestre em Ciências Sociais

Plataforma EducaRES reúne experiências em resíduos sólidos

Conheça mais de 150 boas soluções que promovem educação ambiental e comunicação social

por Tinna Oliveira, do Ministério do Meio Ambiente

Projeto Rio Tigre. Foto: Eloverde

Projeto Rio Tigre. Foto: Eloverde

Mais de 150 experiências sobre educação ambiental e comunicação social com resíduos sólidos estão disponíveis na plataforma virtual EducaRES. Essa nova ferramenta digital tem o objetivo de divulgar ações que ajudem a enfrentar os desafios da implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) proporcionando aos gestores, catadores de material reciclável e cidadãos em geral, a oportunidade de buscar boas iniciativas de todas as regiões do país.

No ano passado, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou um edital público que selecionou 84 ações de referência. Foram escolhidas até 30 experiências de cada segmento (sociedade civil, poder público e setor privado).

As práticas selecionadas foram reconhecidas como “Práticas de Referência EducaRES” e aparecerem de forma diferenciada na plataforma. Os critérios para seleção foram: caráter inovador, condições de replicabilidade, continuidade nos processos de educação ambiental ou de comunicação, gestão integrada, coerência entre princípios e ações, abrangência territorial, dentre outros.

As experiências selecionadas também serão recomendadas pelo Ministério do Meio Ambiente como referência para compor materiais pedagógicos e técnicos de publicações e processos formativos, presenciais ou a distância, produzidos pelos governos no âmbito federal, distrital, estadual e municipal.

AÇÕES EDUCATIVAS

Projeto Rio Tigre. Foto: Eloverde

Projeto Rio Tigre. Foto: Eloverde

As experiências estão disponíveis no site da plataforma para qualquer pessoa acessar, clicando em “ver práticas”. É possível localizar práticas por tipo de público, de resíduo ou regiões e municípios onde a iniciativa ocorre.

É o caso do projeto Rio Tigre, em Erechim (RS), desenvolvido pelo Instituto Sócio Ambiental Vida Verde (Eloverde). A proposta da iniciativa é estimular, envolver e criar ações proativas para contenção do lixo nas comunidades do entorno do rio Tigre com a instalação de quatro redes.

Com essas redes, já foram retiradas 22,5 toneladas de resíduos diversos por 157 pessoas. Foram formados 150 professores que desenvolvem projetos de educação ambiental nas escolas em que atuam (conheça mais sobre o projeto).

A Plataforma EducaRES continua recebendo inscrições de práticas de educação ambiental e comunicação social com resíduos sólidos. Os interessados podem utilizar a plataforma para divulgação de suas experiências a qualquer momento, acessando o site e preenchendo a ficha com os dados solicitados.

INOVAÇÃO

Coordenada pelo Departamento de Educação Ambiental, da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC), a plataforma faz parte da Estratégia Nacional de Educação Ambiental e Comunicação Social para a Gestão de Resíduos Sólidos.

A iniciativa está de acordo com a Lei da Política de Resíduos (12.305/2010), que procura fortalecer as ações educativas e de comunicação voltadas para a necessária mudança cultural que a política exige, em relação à produção, consumo e destinação de resíduos, reunindo e difundindo as iniciativas inovadoras que a própria sociedade tem formulado e experimentado.

Edição: Vicente Tardin
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – Telefone: 61.2028 1227

Barraqueiros do Leblon terminam curso de educação ambiental e fazem trabalho de conscientização

Eles percorreram a praia nesta terça-feira e conversaram com banhistas sobre a importância do descarte adequado do lixo

Foto: Ascom SEA

Foto: Ascom SEA

por Ascom SEA
16/12/2014 – 00:00h – Atualizado em 17/12/2014 – 09:47h

Os barraqueiros da Praia do Leblon, formados no curso de capacitação de monitores socioambientais da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), já estão colocando em prática o que aprenderam em sala de aula. Nesta terça-feira (16/12), eles percorreram a praia, recolhendo o lixo deixado pelos frequentadores. Coletaram desde o coco até pequenos resíduos, como tampinhas de garrafas e canudos, que ficam enterrados na areia, depois da passagem dos garis da Comlurb. Além de fazer esse trabalho de limpeza, os barraqueiros também conversaram com os banhistas, explicando a importância do descarte adequado do lixo nos contêineres espalhados pela orla carioca.

Apesar do trabalho de conscientização, alguns frequentadores ainda resistem. É o que conta Clara Martins, de 19 anos, que trabalha em uma barraca na altura do Posto 12. Ela lembra que muitos banhistas não dão a mínima e dizem que “isso é serviço de gari ou de quem está me atendendo na praia”, acrescentando que o trabalho de conscientização tem surtido efeito. Segundo ela, muitos frequentadores, agora, começam a dar o bom exemplo e guardam os próprios resíduos.

Foto: Ascom SEA

Foto: Ascom SEA

Essa mudança de cultura é gradual, conforme destacou o professor da UERJ, parceira da secretaria no curso de capacitação, e coordenador- adjunto do programa Praia Limpa, Otávio Rocha Leão. “Por mais que a Comlurb faça o trabalho de limpeza, é descartado muito material na praia. E a gente está tentando, através dos barraqueiros, criar uma cultura de praias limpas, um dos principais atrativos turísticos do Rio de Janeiro”.

Otávio Rocha Leão explicou ainda que o trabalho feito nesta terça-feira faz parte de uma pesquisa que vai apontar os hábitos dos banhistas e quais são os resíduos mais comuns deixados na areia. Durante o curso, que durou noventa dias, os barraqueiros do Leblon entrevistaram 800 frequentadores da praia. As informações vão compor o inventário do lixo, que poderá ajudar a aprimorar o serviço de limpeza. Atualmente, os garis da Comlurb recolhem até 70 toneladas de resíduos nos dias de semana. Aos sábados, são 120 toneladas. E aos domingos, são 180 toneladas de lixo recolhidas na orla do Rio. A Secretaria de Estado do Ambiente pretende levar o programa Praia Limpa a todo o litoral carioca, até os Jogos Olímpicos de 2016.

Barraqueiros vão conscientizar banhistas na praia do Leblon

Projeto Praia Limpa deve atingir todo o litoral carioca até 2016

Foto: Pedro Kirilos | Riotur

Foto: Pedro Kirilos | Riotur

por Ascom da Secretaria do Ambiente
15/12/2014 – 11:29h

Os 30 barraqueiros do Leblon formados no curso de capacitação socioambiental da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) vão percorrer a praia numa ação de conscientização de banhistas e ambulantes. Acompanhados de monitores do projeto Praia Limpa, os formandos vão chamar a atenção para falta de cuidado no descarte de lixo e fazer um levantamento dos resíduos mais comuns jogados na areia do Leblon.

Nesta segunda-feira (15/12), os barraqueiros do Leblon receberam os certificados de conclusão do curso de capacitação de monitores socioambientais, em cerimônia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Durante três meses, eles tiveram 40 horas de aulas de educação ambiental e receberam orientações, principalmente, sobre o manuseio e descarte correto dos resíduos sólidos, além de cuidados com a saúde.

Os garis da Comlurb recolhem das praias do Rio até 70 toneladas de resíduos nos dias de semana. Aos sábados, o trabalho é quase o dobro: são 120 toneladas. Aos domingos, os garis recolhem até 180 toneladas de lixo. O principal detrito encontrado nas areias e contêineres é o coco, que representa 60 por cento do total. O grande volume desse item específico dificulta o descarte final e aumenta o custo do trabalho de limpeza das praias.

Segundo o secretário do Ambiente, Carlos Portinho, é uma questão importante.

– O descarte de lixo na praia é uma questão ambiental de extrema importância, visto que, além de poluir a areia e a água do mar, pode causar doenças aos banhistas – disse Portinho.

O secretário adiantou que pretende levar o projeto Praia Limpa a todo o litoral carioca, até os Jogos Olímpicos de 2016.

Barraqueiros da praia do Leblon fazem curso de capacitação

Objetivo é transformá-los em multiplicadores de boas práticas socioambientais

Foto: Pedro Kirilos | Riotur

Foto: Pedro Kirilos | Riotur

por Ascom da Secretaria do Ambiente
15/09/2014 – 19:14h

Entra verão, sai verão e a tradicional água de coco mantem o primeiro lugar na preferência de quem procura as praias cariocas. No entanto, o descarte inadequado do coco, após o consumo, contribui para aumentar a sujeira nas areias. Uma das iniciativas para amenizar o problema é transformar quem trabalha nas barracas da orla em multiplicadores de boas práticas socioambientais. E os barraqueiros começaram a frequentar um curso de capacitação para aprender a fazer o descarte correto do lixo e difundir esse conhecimento, inclusive entre os banhistas.

As aulas acontecem no Auditório 11 da UERJ e tem como ponto de partida 52 barraqueiros da praia do Leblon. A capacitação começou hoje (15/9) e vai até 15 de dezembro.

As aulas também incluem técnicas de reciclagem de plástico, normalmente encontrado nas praias na forma de canudos, copos, embalagens de biscoito, sacolas e outros. O curso terá foco nos seguintes módulos: Sociedade/natureza e questões socioambientais, diagnóstico socioambiental da praia do Leblon; Fundamentos da educação ambiental; O lixo na sociedade; sustentabilidade ambiental; e saúde ambiental.

O principal detrito encontrado nas areias e contêineres é o coco, representando 60% do lixo coletado nas praias cariocas. Os 40% restantes são distribuídos entre embalagens de alimentos (principalmente biscoitos e sorvetes), plásticas (garrafas e copos de água) e copos descartáveis, palitos de sorvete e espetos diversos.

Funcionária de barraca na praia do Leblon há três anos, Clara Figueiredo Martins é categórica ao apontar um culpado pelo lixo na areia:

“Tem muito cliente que merecia fazer esse curso também. Eles largam papel de sorvete, de milho, coco, garrafas de água na praia. Acho o curso muito interessante por isso: para você aprender e passar um pouco da experiência, também”, disse ela.

Marcos Baiano, outro barraqueiro, do Leblon, disse que é imprescindível a dedicação dos colegas:
“Se cada um da barraca tiver estiver ciente da sua função, se todo mundo tiver consciência, o trabalho que a gente tem de recolher o lixo vai ser dividido pela metade. A gente vai dividir entre os barraqueiros e entre os próprios clientes, levando essa conscientização para eles e para a própria casa, para a família.”

De segunda a sexta-feira, no período de alta temporada, são removidas diariamente da orla, incluindo dos quiosques, 60 a 70 toneladas de lixo. Aos sábados, o volume aumenta para entre cem e 120 toneladas; e aos domingos, de 150 a 180 toneladas. Os dados são da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb).​

Barra da Tijuca ganha mais uma edição “Praia Feliz é Praia Limpa”

Ação contará com 200 colaboradores do GPA Clube que vão conscientizar banhistas e turistas sobre pequenos resíduos na Barra da Tijuca

“Praia Feliz é Praia Limpa”. Foto: Murillo Tinoco

“Praia Feliz é Praia Limpa”. Foto: Murillo Tinoco

por Imprensa GPA
19 de novembro de 2014

No dia 23 de novembro, próximo domingo, das 7h30 às 11h, o Pão de Açúcar promoverá na Barra da Tijuca, altura do posto 4, atividades voltadas para os temas saudabilidade e sustentabilidade. Cerca de 200 colaboradores que participam do programa de esporte do GPA, o GPA Clube, percorrerão 500 metros de areia com o objetivo de limpar a praia. Eles convidarão o público a fazer esta limpeza e também a participar de um grande treino de corrida e caminhada na ciclovia, além de vários exercícios na areia e aula de frescobol.

Com esta ação, o Pão de Açúcar busca conscientizar os cariocas e turistas sobre a necessidade de destinar corretamente pequenos resíduos antes de descartá-los na natureza. O projeto “Praia Feliz é Praia Limpa” recebe ainda o apoio e o patrocínio de Taeq, marca própria do GPA voltada a quem busca se alimentar bem a qualquer momento do dia. Durante o evento, será promovida degustação de alguns produtos da marca.

Ainda no domingo, as promotoras do Pão de Açúcar distribuirão sacolinhas sustentáveis (feitas à base de cana de açúcar) para que os banhistas possam participar, não deixando detritos na areia.

Serviço:
Evento: Projeto “Praia Feliz é Praia Limpa”
Local: Praia da Barra da Tijuca – altura do Posto 4-RJ
Data: dia 23 de novembro
Horário: 7h30 às 11h

Lixo Marinho é abordado no Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO’2014)

Cartaz de divulgação do CBO'2014. © Comissão Organizadora do CBO'2014

Cartaz de divulgação do CBO’2014. © Comissão Organizadora do CBO’2014.

por Natalie Andreoli, da ABLM – Associação Brasileira do Lixo Marinho
10 de novembro de 2014

Entre os dias 25 a 29 de outubro de 2014 foi realizado na cidade de Itajaí, Estado de Santa Catarina, Brasil, a sexta edição do Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO’2014), organizado pela Associação Brasileira de Oceanografia – AOCEANO em parceria com o Curso de Oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI.

Este é o evento técnico-científico mais importante na área das ciências do mar do Brasil e contou com a participação de aproximadamente 2.000 congressistas e uma diversificada programação, incluindo quatro conferências internacionais, 21 sessões temáticas, 14 palestras, 32 minicursos e a apresentação de 996 trabalhos científicos, nas formas de painéis e orais.

O lixo marinho esteve presente entre os diversos assuntos abordados no Congresso, tanto nas apresentações orais, como na forma de painéis. Foram apresentados os resultados obtidos em pesquisas científicas, como por exemplo, a interação de tartarugas marinhas com o lixo e seus efeitos prejudiciais, a geração e distribuição de lixo em praias turísticas. Veja mais abaixo a relação dos trabalhos que abordaram o tema lixo marinho.

Além disso, durante a palestra dos “Principais Resultados da Análise Integrada dos Projetos de Monitoramento de Praias Executados nas Bacias Potiguar, Sergipe-Alagoas e Campos-Espírito Santo”, feita pelo Professor Doutor Sérgio Rosso, do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), foram apresentados os principais achados necroscópicos evidenciando as principais causas de morte de animais marinhos. De acordo com os resultados apresentados, dos 17.619 registros de encalhes de mamíferos, aves e quelônios marinhos, ocorridos nas três Bacias desde 2010, as principais causas de morte foram devido a: interação com artefatos de pesca (0,54 registros/10 km); resíduos sólidos antropogênicos (0,35 registros/10 km); e afecção do trato intestinal (0,31 registros/10 km). Os resultados destes projetos fazem parte de condicionantes do licenciamento ambiental de obras da Petrobras e ainda não foram divulgados. De acordo com a empresa, para se ter acesso aos dados é necessário entrar em contato com a Coordenação-Geral de Petróleo e Gás – CGPEG do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A organização do CBO’2014 informou que no final deste mês os resumos apresentados no congresso estarão disponíveis para download no site www.cbo2014.com/site/.

Trabalhos científicos, nas formas de painéis e apresentações orais que abordaram o tema Lixo Marinho durante o CBO’2014:

Apresentações Orais

Oceanografia Biológica – Necton – Aves, Répteis e Mamíferos

1191. Interação de tartarugas marinhas com resíduos antropogênicos no litoral do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Katie Lima da Costa, Liana Rosa, Alexandre de Freitas Azevedo, José Lailson Brito Junior.

Gestão Ambiental

133. Praias turísticas do Rio Grande do Norte (Jenipabu, Ponta Negra e Pirangi): Caracterização do uso e impactos associados. Gabriela Pereira, Dina Ayara Araujo de Azevedo, Maria Christina Barbosa de Araujo.

Gestão Ambiental

134. Geração de resíduos em praias turísticas do Rio Grande do Norte (Jenipabu, Ponta Negra e Pirangi): Relação com o uso das praias. Gabriela Pereira, Dina Ayara Araujo de Azevedo, Ingrid Paulliany Bezerra Dantas, Maria Christina Barbosa de Araújo.

Painéis

Gestão Ambiental

362. A contribuição dos fragmentos plásticos na composição do lixo marinho nas praias de Salvador / BA. Thiago Brito, Gerson Fernandino, Carla Elliff.

Gestão Ambiental

365. Diagnóstico do estado de poluição por lixo marinho de praias do litoral da Bahia, Brasil. Gerson Fernandino, Carla Elliff, Kalena Ferraz, Poliana Guimarães, Mariana Vasconcelos.

Gestão Ambiental

830. Análise do lixo marinho na orla da Baía de Guanabara no município de Niterói. Amanda Paiva, Barbara Franz.

Gestão Ambiental

1177. Distribuição de lixo marinho na orla da Baía de Guanabara no município do Rio de Janeiro. Barbara Franz, Arlindo Leoni Hartz.

Educação Ambiental

668. O lixo na praia do Francês, Alagoas, Brasil. Conhecer para evitar. Elaine Martins Silva, Elíne Monteiro Calazans, Josinete da Silva de Liro, Cláudio l. S. Sampaio.

Oceanografia Química – Poluição

24. Variação sazonal, espacial e composicional de lixo nas praias de Boa Viagem, São Francisco, Charitas, Piratininga, Itacoatiara e Camboinhas, Niterói, RJ no ano de 2009. Rodrigo Alexandre de Sousa, Tadeu Albuquerque Cardoso da Cunha, Graciano Lourenço Fernandes Junior.

Oceanografia Química – Poluição

1166. Lixo marinho vamos reutilizar? Avaliação do potencial energético do lixo marinho da praia do Embrulho em Bombinhas (SC). Diulie Ane Tavares Carneiro, Camila Burigo Marin, Patricia Foes Scherer Costodio.

Oceanografia Biológica – Necton – Aves, Répteis e Mamífero

336. Ingestão de lixo por tetrápodes marinhos no litoral norte de Santa Catarina. Suelen Maria Beeck da Cunha, Renan Paitach, Tiago Ramos de Andrade, Mariana Flach, Marta Jussara Cremer.

Senadores buscam saída para resolver problema dos lixões

por Agência Senado
06/11/2014, 12h32

O governo é contra a prorrogação por mais quatro anos do prazo estabelecido para fim dos lixões em todo o país, conforme alteração feita em medida provisória aprovada pelo Senado em outubro. A proposta deve ser vetada pela presidente Dilma Rousseff. Os representantes de catadores de material reciclável também são contra a prorrogação do prazo. Por sua vez, os prefeitos reclamam que não têm recursos para implantar aterros sanitários. Senadores discutem agora uma prorrogação menor do prazo, de dois anos, com ajuda orçamentária aos municípios para que possam cumprir a lei.

Comissão de Constituição e Justiça aprova multa para quem jogar lixo em via pública

Randolfe Rodrigues (E), Romero Jucá (C) e Pedro Taques (D), na reunião da CCJ nesta quarta-feira (5). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Randolfe Rodrigues (E), Romero Jucá (C) e Pedro Taques (D), na reunião da CCJ nesta quarta-feira (5). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

por Marilia Coêlho, da Agência Senado
05/11/2014, 11h08 – ATUALIZADO EM 05/11/2014, 14h42

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou, nesta quarta-feira (5), projeto de lei que obriga municípios e o Distrito Federal a aplicarem multas a quem descarta lixo nas vias públicas. A proposta, de autoria do senador Pedro Taques (PDT-MT), recebeu parecer favorável do relator, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

O Projeto de Lei do Senado (PLS) 523/2013 acrescenta à Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) a proibição de descarte irregular de resíduos ou rejeitos em vias públicas. Além disso, a proposta exige que os municípios e o DF regulamentem a forma correta do descarte e estabeleçam multas para quem descumprir a regra. O projeto dá o prazo de dois anos para que o DF e os municípios regulamentem a nova lei.

Para o autor, atualmente as pessoas têm dificuldade em saber como descartar e tratar adequadamente o lixo. No entanto, para Taques, o problema apenas será resolvido com investimento em educação, tecnologia e gestão eficiente.

“O projeto propõe uma singela, mas importante contribuição à proteção do meio ambiente urbano”, argumentou.

O relator, Randolfe Rodrigues, votou a favor do projeto, mas sem analisar o mérito, apenas a constitucionalidade, a técnica legislativa e a juridicidade. O mérito da matéria deve ser analisado pela Comissão de Meio Ambiente (CMA), que votará o projeto de forma terminativa.