Elevada ingestão de resíduos sólidos por tartarugas-verdes juvenis compromete a saúde desses animais na Região dos Lagos/RJ

Tartaruga-verde juvenil encalhada na Região dos Lagos/RJ.

Tartaruga-verde juvenil encalhada na Região dos Lagos/RJ.

Esse é parte dos resultados alcançados a partir do desenvolvimento da dissertação de mestrado de Danielle Rodrigues Awabdi, aluna vinculada ao Laboratório de Ciências Ambientais e ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais da UENF, orientado pela Profª. Ana Paula Madeira Di Beneditto.

O estudo revelou que sacos e sacolas plásticas (plásticos flexíveis) apresentaram elevada frequência nos estômagos das tartarugas-verdes (espécie Chelonia mydas). Esses resíduos se originaram a partir do descarte de sacos de lixo, sacos de ráfia, sacolas de estabelecimento comerciais e embalagens diversas. Resíduos relacionados à confecção de artefatos de pesca também foram registrados com frequência, tais como fios de náilon, borracha, cordas, isopor e anzóis.

Resíduos sólidos recuperados no conteúdo estomacal de um espécime de tartaruga-verde na Região dos Lagos/RJ: A: plásticos flexíveis coloridos e brancos; B: plásticos flexíveis transparentes; C: fios de náilon e D: plásticos rígidos.

Resíduos sólidos recuperados no conteúdo estomacal de um espécime de tartaruga-verde na Região dos Lagos/RJ: A: plásticos flexíveis coloridos e brancos; B: plásticos flexíveis transparentes; C: fios de náilon e D: plásticos rígidos.

A ingestão dos resíduos sólidos deve ocorrer de modo acidental, durante a atividade alimentar das tartarugas. Os juvenis dessa espécie são preferencialmente herbívoros, e parte dos resíduos pode se prender as algas que fazem parte da sua dieta. Uma vez no trato digestivo dos animais, os resíduos podem formar massas de material fecal endurecido (fecalomas), podem provocar falsa sensação de saciedade e reduzir a frequência alimentar e podem afetar a flutuabilidade dos animais devido aos gases gerados pelo seu acúmulo.

Há necessidade de ações efetivas em relação à redução da produção e do uso de materiais sólidos descartáveis que são lançados diretamente em áreas costeiras ou que alcançam essas áreas a partir da poluição de rios. A sociedade deve ser orientada quanto à melhor forma de descarte dos resíduos sólidos, com incentivos à coleta seletiva e reciclagem.

30 de janeiro de 2013
Notícias do Laboratório de Ciências Ambientais (CBB – UENF)


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